quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A pedra e o pontinho!

     O distraído nela tropeçou. O bruto a usou como projétil. O empreendedor, usando-a, construiu. O camponês, cansado da lida, dela fez assento. Para meninos, foi brinquedo. Drumond a poetizou. Já David, com ela matou Golias. E Michelangelo dela extraiu uma escultura. Em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra, mas sim no homem.”

     Achei muito inspirador esse pequeno texto. Isso me lembra aquela história do pontinho: Uma pessoa, certa vez, me apresentou uma folha de papel em branco e no meio dela colocou um pontinho de caneta. Perguntou-me o que eu via ali. Imediatamente, sem pensar, respondi: um pontinho. Essa pessoa, com sua imensa sabedoria, me disse: – “Essa folha representa a tua vida. Esse pontinho são os teus problemas. Por que você só enxerga o negativo e não vê o positivo? Utilize esta folha para escrever e verá que o pontinho vai servir como um pingo no i.”

     Nunca mais esqueci essa lição. E sempre que tenho oportunidade, procuro passá-la para os outros.

     A pedra que está no meu caminho pode ser muito útil. Assim como o pontinho, posso utilizá-la para inúmeras coisas, construtivas ou destrutivas. Tudo vai depender do que eu tenho dentro do meu coração. Se ele estiver habitado pelo amor universal, certamente vou utilizar a pedra para construção, para alguma coisa útil.

     O pontinho e a pedra simbolizam nossos problemas do dia-a-dia, nossas “experiências”. Sim, por que se encararmos os problemas como experiências pelas quais temos que passar, podemos deles tirar muito proveito. Eles nos ensinam lições admiráveis. Vemos o mundo com outros olhos, encaramos as dificuldades não como provações difíceis, mas como um aprendizado que nos fará crescer, contribuindo em muito para a nossa evolução espiritual.

     Muitas vezes em nossa vida temos a tendência a enxergar somente o lado ruim das coisas. Não vemos que as situações são como uma moeda: têm duas faces – cara e coroa. Uma não é mais importante do que a outra, mas sim complementares. Os maus momentos que passamos são o outro lado da nossa vida, são lições para que possamos entender e valorizar o conjunto todo. Se encararmos sob esse prisma otimista, veremos que a vida não é um “mar de lágrimas” como possa parecer a muitos. Mesmo nas situações mais adversas, podemos extrair uma lição boa, construtiva.

     E se pararmos para pensar, fazer um balanço de nossa vida, veremos que os bons momentos – aqueles feitos com tão pouquinho – são muito mais numerosos do que os maus.
 
     Para ser feliz basta muito pouco. Basta transformar a pedra num banco, numa construção. Basta utilizar o pontinho como pingo no “i” de uma carta de amor...

     Precisamos aprender que “cada instante que passa é uma gota de vida, que nunca mais torna a cair.“ O importante é aproveitar cada gota para evoluir, pois poderemos nunca mais ter outra chance igual...

Pense nisso e mude sua vida. 
 
Texto de Cecy Kirchner
Foto Ilustrativa

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Mens sana in corpore sano! (Mente sã em corpo são))


O ser humano tem uma muita atenção com a questão corporal: a aparência, a higiene, a alimentação, etc. A grande maioria é vítima da falsa propaganda que condiciona a mente humana a fim de obter maiores lucros.  “Consuma este produto e seja feliz”.

     Somos apenas uma pele com sensações? Nossa vida se resume naquilo que comemos, vestimos, cheiramos, ouvimos, olhamos e tateamos?

     Nossos valores internos – pensamentos e sentimentos – são considerados muito importantes até mais que os exteriores. Uma mente sadia, com sentimentos sadios, influi decisivamente em nosso corpo. A insanidade mental e emocional desequilibra e põe em risco funções vitais básicas: circulação sangüínea, digestão, mobilidade, e também relacionamentos e outras mais. Assim, será que a higiene mental e emocional é desnecessária ao nosso bem estar?

     A vida prática prova que a qualidade de nossos pensamentos e sentimentos exerce influência direta sobre cada um de nós. Sabemos cuidar do lixo físico da nossa casa, mas espalhamos, e até jogamos em nossos semelhantes, nosso lixo mental e emocional: raiva, preconceitos, julgamentos, pessimismo, discriminações, inveja, traumas e complexos. Poluímos nossa atmosfera mental e emocional e é dentro dela que vamos viver nosso dia-a-dia. A água, o sabonete e perfumes não removem essa poluição. Vamos ver o mundo ao redor através das lentes dos nossos pensamentos e sentimentos. Se forem límpidos e harmoniosos, veremos e sentiremos a verdadeira Realidade. Caso contrário, seremos vítimas da Grande Ilusão.

     Já  ensinava o Mestre Nazareno, hoje tão esquecido: “Não é o que entra pela boca que contamina, mas o que sai da boca, porque o que sai da boca vem do coração e dos pensamentos. Isso realmente é o que contamina.”

     Viver apenas na superficialidade, na aparência de nossa individualidade e esquecer nossos valores internos pode nos afastar do caminho para a felicidade que todos nós procuramos.

     É necessário que façamos periodicamente uma avaliação de nosso estado emocional e mental. Só nos conhecendo realmente é que podemos nos direcionar para o nosso crescimento interior. Para isso temos recursos ao nosso alcance: a meditação como um meio de autoconhecimento e aprimoramento. Dessa forma, deixaremos de ser vítimas das circunstâncias para nos tornarmos donos do nosso próprio destino. 
 
Texto de Iram Waldir Kirchner
Foto Ilustrativa

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A folha em branco!


     “Certo dia, um professor estava aplicando uma prova e os alunos, em silêncio, tentavam responder as perguntas com uma certa ansiedade. Faltavam uns quinze minutos para o encerramento quando um aluno levantou o braço, se dirigiu ao professor e disse:

     – Professor, pode me dar uma folha em branco?

     O professor levou a folha até a carteira do aluno e perguntou-lhe por que queria mais uma folha em branco. Ele respondeu:

     – Eu tentei responder as questões, rabisquei tudo, fiz uma confusão danada e queria começar outra vez.

     Apesar do pouco tempo que faltava, o professor deu-lhe a folha em branco e ficou torcendo por ele. Aquela atitude do aluno causou-lhe simpatia.”

     Essa historinha simples nos faz refletir. Quantas pessoas receberam de Deus uma folha em branco – sua vida. E só têm feito rabiscos, entrado em confusões, tentativas frustradas... E o desânimo toma conta delas.

     Assim como tirar uma boa nota só depende do esforço do aluno, ser feliz também só depende de nós, da nossa vontade.

     Não importa a nossa idade, condição social, raça ou religião. O que realmente importa são os sentimentos puros e honestos, nosso desejo sincero de crescer, de evoluir.

     Agora é um bom momento de acordar, pedir a Deus uma nova folha em branco, passar nossa vida a limpo, pedir uma nova oportunidade de ser feliz.

     Coisas simples como um pôr-do-sol, o canto de um pássaro, o sorriso puro de uma criança, o colorido das flores, o vai-e-vem do mar são pequeninas coisas que nos fazem ver a perfeição divina presente em toda a natureza. Homem algum do mundo conseguiria reproduzir toda essa perfeição. Ela, por si, nos deixa o coração repleto da certeza de que Deus existe e vela por nós.

     E podemos concluir que o Amor é a chave de tudo. Não o amor carnal, mas um amor que não conhece barreiras. Um amor que não vê no outro um objeto de prazer, mas aquele amor infinito que vê em seu semelhante uma centelha do amor Divino, uma centelha do próprio Deus. Esse amor Universal é uma infinita parte do Amor daquele que nos criou. E se somos parte dessa criação Divina podemos ter a certeza de que fomos criados para sermos felizes, para evoluirmos, para espalhar sementes desse Amor por onde passarmos. Esse é o propósito da criação.

     Portanto, deixemos o orgulho de lado e levantemos o braço. Peçamos uma folha em branco, passemos nossa vida a limpo... Ainda há tempo... 
 
Texto de Cecy Kirchner
Foto ilustrativa

 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Competir ou compartilhar!


Nosso corpo formado pela cabeça, tronco e membros, com órgãos de percepção, digestão, circulação, locomoção e outros, é um exemplo claro de uma lei de coesão e sustentação que atua para sobrevivência do ser humano. Vamos chamar isso de lei do compartilhar. Cada órgão, não levando em conta o grau de importância, compartilha com os demais seu valor, para o bem estar do conjunto. Se qualquer um deles tentasse ser prepotente e competir com os demais órgãos, provocaria um conflito e, conseqüentemente, o desequilíbrio e a doença.

Somos muito mais do que apenas órgãos físicos e funcionais: temos partes menos concretas que integram nossa personalidade. São nossos sentimentos e pensamentos que interagem no conjunto de modo incisivo e direto. Todos já sentimos quando eles estão em conflito e não compartilham para o bem estar do conjunto.

Depressão, neuroses, estresse, etc. são as conseqüências.

Se observarmos atentamente a natureza ao nosso redor, a Lei do Compartilhar está presente nas matas, nas águas, nos ares, na terra, no sol, nos animais. Qualquer efeito dominante de um desses elementos sobre os demais significa catástrofes que afetam todo o conjunto. Portanto, a Lei do Compartilhar é uma norma universal para preservação do equilíbrio da natureza, seja ele de nível atômico, celular, orgânico, ecológico, planetário ou galáctico. É atuante tanto no nível micro como macroscópico.

Competir é uma exceção, uma anomalia, uma doença. A humanidade, na sua história, tem a confirmação dessa Lei do Compartilhar (Lei da Unidade Universal) e está aprendendo ainda, de modo empírico, que quando essa lei é contrariada as reações são inevitáveis: guerras, epidemias, conflitos sociais, criminalidade, desequilíbrio ecológico e tantos outros males já conhecidos.

Cada um de nós é uma célula do corpo da humanidade. Temos consciência da importância de nossas ações que influem em nós mesmos e em toda a humanidade? Ou vamos agir aleatoriamente e esperar reações favoráveis?

Individualismos caprichosos, discriminações separativistas, competição egoísta, dominações trarão bons resultados na família, na comunidade, na política, na religião?

Competir ou compartilhar – a escolha é sua, mas a reação é inevitável, dentro de você e ao seu redor. As leis da Unidade Universal são imutáveis.

Conheça-se, comunique-se e realize-se.

Texto de Iran Waldir Kirchner
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terça-feira, 23 de outubro de 2012

A gratidão!


 
Uma bela mensagem de Chico Xavier me chegou às mãos e me fez refletir.

     “Quando você conseguir superar graves problemas de relacionamento, não se detenha na lembrança dos momentos difíceis, mas na alegria de haver atravessado mais essa prova em sua vida. Quando sair de um longo tratamento de saúde, não pense no sofrimento que foi necessário enfrentar, mas na bênção de Deus que permitiu a cura. Leve na sua memória para o resto da vida as coisas boas que surgiram nas dificuldades. Elas serão uma prova de sua capacidade e lhe darão confiança diante de qualquer obstáculo.”

     Essa mensagem me lembrou uma amiga muito querida que não vejo há tempo. Ela é uma pessoa maravilhosa, guerreira, batalhadora, que vence os obstáculos por maiores que sejam. Ela costuma dizer que não tem problemas na vida, e sim experiências. Realmente. Fico pensando em quantas lições ela deve ter aprendido com o marido extremamente rígido, seco, nada carinhoso, que a feria emocionalmente. Quanto deve ter aprendido quando ele ficou sem emprego, já com seis filhos para criar. O que será que ela aprendeu quando a filha pereceu afogada numa piscina com apenas oito anos de idade? Os anos se passaram e ela continuou tendo “experiências”. O primeiro neto – criança linda – logo apresentou problemas de saúde. O diagnóstico foi claro: hidrocefalia. Problemas? Jamais. Só “experiências”... E muita, muita gratidão...

     Sempre que algum problema surge em minha vida lembro dessa amiga forte e decidida. Ela sempre me serviu de exemplo. Inúmeras foram as lições que ela aprendeu ao longo da vida. E nunca se deixou abater pelos revezes. A cada provação, um sorriso nos lábios e a certeza de que a lição que aprendera a faria ainda mais forte e preparada.

     Ver o lado positivo de todas as experiências pelas quais passamos muitas vezes é difícil. Quantas vezes reclamamos que temos imposto de renda para pagar, despesas com a casa... e não nos lembramos de agradecer por ter um emprego, por ter um teto que nos abrigue. Ficamos irritados com o despertador que nos acorda bem cedinho, mas não nos lembramos de agradecer por estarmos acordando para mais um dia de vida, por estarmos vivos. Reclamamos da comida, mas esquecemos de agradecer por termos o alimento à nossa mesa, quando tantos não têm sequer um pedaço de pão seco. O que muitas vezes para nós é um problema, para nosso irmão seria uma bênção.

    - Reclamamos que a roupa está apertada, mas esquecemos de agradecer por estarmos bem alimentados.
   -  Reclamamos de não encontrar vaga para estacionar, mas esquecemos de agradecer por ter um carro que nos leva onde precisamos ir.
   -  Reclamamos do barulho do nosso vizinho, mas esquecemos de agradecer por ouvirmos tão bem...
  -   Reclamamos da sombra, mas esquecemos de agradecer pelo sol.
   -  Reclamamos do frio, mas esquecemos de agradecer pelos agasalhos que temos.
  -   Reclamamos de cansaço, mas esquecemos de agradecer pelo trabalho que nos dá o dinheiro necessário para vivermos.

     Enfim, reclamamos de tudo, mas esquecemos que só temos a agradecer sempre pelas coisas boas em nossa vida, por tudo que a natureza nos proporciona, por tudo o que o nosso Pai Maior nos dá sem nada pedir em troca. A gratidão é a nossa maior prova de amor para com Ele.
 
Texto de Cecy Kirchner 
Foto ilustrativa 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O tesouro oculto!

Conta uma parábola cristã: “O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido em um campo. O lavrador o descobre e, extasiado pela sua imensidão e esplendor, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo, tomando posse do fabuloso tesouro”. (Mateus, 13:44)

     Um ensinamento oriental, mas convergente, complementa: “Aquilo que chamas corpo ou teu eu pessoal é o Campo e quem o conhece é o Conhecedor do Campo. A Maior Sabedoria é o discernimento entre o Campo e o Conhecedor do Campo”. (A Canção do Senhor – Bhagavad Gita, 12:1-1-2-3).

     É uma constante em todos os tempos nos ensinamentos espirituais da humanidade, a indicação para a busca interior, para o essencial, para a alma. Muitos instrutores, em diferentes épocas e de muitas maneiras, têm apontado para a mesma direção, de modo convergente, para dentro. “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo”, já ensinava Sócrates, filósofo antigo. O que se oculta em cada criatura e que é de tão grande valor?

     Nossos meios de percepção são impróprios para esse conhecimento, pois usam os cinco sentidos físicos que só percebem o que é exterior, o que chamamos de realidade concreta. E, como conseqüência, investimos o tempo todo naquilo que vemos, tocamos, ouvimos, cheiramos e degustamos. Jesus já ensinava que muitos tendo olhos, não vêem, e tendo ouvidos, não entendem.

     A humanidade é afetada pela carência de valores interiores, pois mesmo satisfazendo os sentidos exteriores nas sensações do mundo, falta Algo para uma Real Felicidade. Será esse tesouro escondido em nós mesmos que nos faz tanta falta? Mas, como conquistá-Lo se desgastamos tanto nossas energias na procura de bens exteriores? Existe um círculo vicioso que envolve a humanidade e é alimentado de muitas maneiras: pela educação materialista, pela propaganda enganosa, pela competição brutal pelo poder material que massifica e oprime o ser humano, obrigando-o a ser um objeto de consumo descartável.

     Sempre existiram ensinamentos convergentes para a libertação, se soubermos compartilhar idéias, sem preconceitos religiosos, raciais, nacionalistas, políticos, se soubermos resgatar a fé dos povos nos Mestres para o caminho interior que conduz ao Tesouro Oculto de cada um de nós.

     Os desafios são grandes, mas a recompensa é muito maior. A serpente da Ilusão deve ser desmascarada. Os donos da verdade, ser destronados. Deve-se contrariar a maioria acorrentada na Caverna de Platão para passar pela Porta Estreita. É necessário vencer o temor pela força do amor. Saber valorizar as convergências que somam e unem, desconsiderando as divergências que dividem e enfraquecem. 
 
Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto  ilustrativa

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Só valorizamos aquilo que perdemos!

Dia das Mães, dia de pensar, de refletir.

 Um fato curioso acontece na vida de quase todos nós. Quando perdemos alguém ou alguma coisa nos sentimos prejudicados, abatidos, magoados.
Mas, será que nós valorizávamos devidamente o que perdemos?
Acontecem coisas maravilhosas em nossa vida, todos os dias, todos os minutos. O simples fato de estarmos vivos já é um milagre, pelo qual só temos que agradecer.

Muitas vezes, acordamos de manhã já com o pensamento voltado para as coisas materiais, para nossos compromissos, nossas contas, nosso trabalho... Esquecemos de agradecer por mais um dia em nossa vida, pelo sono reparador, pela cama aconchegante que nos acolheu durante a noite...

Levantamos correndo, apressados, pensando que um dia de 24 horas é pouco para tudo o que temos a fazer.

Se pararmos para pensar, veremos que temos muito mais a agradecer do que a pedir. Agradecer pelo corpo saudável, pela casa que nos abriga, pelo trabalho que temos, pelas amizades que fazemos ao longo de nossa vida...

Nem sempre temos tudo aquilo que desejamos, mas por certo temos tudo aquilo que merecemos.

Muitas vezes quando perdemos um ente querido ficamos nos sentindo desamparados, às vezes até nos revoltamos pensando: por que isso acontece comigo? Choramos a saudade, lamentamos a ausência. Mas, será que durante a vida daquele ente querido nós lhe demos o devido valor? Quantas vezes paramos para escutá-lo, fizemos um carinho, tivemos alguns minutos de atenção?

 Vemos certos jovens, rebeldes, revoltados com a vida, com os pais, engaiolados em seu egoísmo. Esses jovens crescem, amadurecem e um dia os pais se vão... Muitas vezes, isso acontece quando aquele jovem já não é mais tão jovem assim. Mas, o sentimento de “orfandade” é o mesmo, seja qual for a idade.

E agora? Quantos abraços não foram dados, quanto carinho ficou retido, quantas palavras não foram ditas... O que poderia – e deveria – ser feito não foi feito, agora é tarde para o arrependimento.

 O dia das mães me faz pensar em todas aquelas mães que não têm o carinho de seus filhos, que não recebem aquele abraço que tanto sonharam ou que não podem ter seus filhos perto de si.

 Uma das maravilhas que acontecem em nossa vida é o fato de termos tido uma mãe. Seja ela como for. Algumas vezes pensamos que nossa mãe poderia ter feito mais por nós, poderia ter sido desta ou daquela maneira, poderia ter nos educado de outra forma, poderia... poderia... Esquecemos de pensar que ela fez o melhor que pôde, fez tudo o que sabia. Se não fez mais ou melhor é porque era humana e, como tal, tinha erros e acertos, como todos nós. Esquecemos de lembrar quanto sacrifício ela fez para nos criar, quanta dor causamos a ela, mesmo sem ter consciência. E o mais sério: quantas vezes esquecemos de agradecer pelo que ela fez, pelo carinho que nos deu, enfim, pelo simples fato dela existir.

Neste dia das Mães vamos dar um carinhoso e forte abraço em nossa mãe, pessoalmente ou em pensamento, física ou espiritualmente. Não importa onde ela esteja, ela sempre será nossa Mãe.

A todas as mães do mundo, nosso sincero agradecimento e nosso carinhoso abraço. 
 
Texto de Cecy Kirchner
Foto ilustrativa 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Grande Ilusão!

Certo dia, ao entardecer, uma camponesa chegava à sua choupana. Ao abrir a porta e acender uma lamparina, percebeu, na penumbra, em um dos cantos, algo diferente e estranho. Apavorada, saiu rapidamente gritando:

           - Socorro, uma grande cobra, me ajudem!

            Os vizinhos rapidamente acorreram ao chamado. Vieram armados com paus para enfrentar a grande serpente. Agitados, formaram um grupo diante da choupana, mas ninguém se atrevia a entrar. Chegou então o marido da apavorada camponesa. Pelo grande alarido, pensou no pior. Informado dos fatos pela esposa, muniu-se de uma grande tocha acesa e entrou na casa, apesar das advertências dos amigos.

            A expectativa era grande, diante do silêncio dentro da casa. Surge então o homem na porta, arrastando algo. Todos recuam e ele atira diante deles um grande e grosso pedaço de corda.

           - Eis a grande “serpente”, a corda que comprei hoje à tarde para o meu serviço.

            Quantas “serpentes da ilusão” nos atemorizam a vida por nos deixarmos envolver pela falsa aparência das coisas. É necessário discernimento para não sermos vítimas do pânico que envolve a maioria (a camponesa e seus vizinhos) e coragem para enfrentar os fatos com sabedoria (o marido da camponesa com a luz).

            Enquanto a verdade não aparece, a ilusão mentirosa prevalece. Uma mentira, por mais fantástica que seja, e por maior que seja o número de pessoas envolvidas, não tem auto-sustentação e desmorona diante da Realidade que é auto-sustentável. A “corda” da nossa história continuou sendo corda mesmo quando a imaginação distorcida via nela uma serpente.

            A ilusão necessita ser alimentada para parecer “realidade”. A mentira também precisa de muita astúcia e empenho para continuar, até que surja a Verdade para destruir a farsa.

            Cabe aqui uma pergunta: em que nos empenhamos em nossa vida, em nosso dia-a-dia? Alimentamos inverdades por medo, comodismo ou interesses escusos, ou temos a ousadia de contrariar a maioria, expondo fatos verdadeiros?

            Já  disse Alguém, hoje pouco lembrado: “conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”. Queremos realmente esta liberdade? Ou deixaremos a mentira, os mentirosos nos manipularem para seus fins egoístas e inconfessáveis? Temos humildade para compartilhar nossas “pequenas verdades” em busca de Algo Maior.

            Discernimento, cooperação e humildade podem ajudar-nos a ver o falso, e então o Verdadeiro aparecerá. A decisão é de cada um, mas o resultado é para todos. Faça uma escolha consciente.
 
Texto de Iran Waldir Kirchner
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O tempo, o amor e a eternidade!




"O tempo é lento para os que esperam, rápido para os que temem, longo para os que se afligem, curto para os que se deliciam. Mas, para aqueles que amam, tempo é eternidade".   (Inscrição num relógio de sol da Universidade de Virgínia)

Realmente, para aqueles que amam, o tempo é a eternidade. Ele passa muito rápido quando estamos juntos, mas é demasiado lento quando a saudade aperta. E foram inúmeras as vezes que experimentamos esse tempo diferente em nossa vida. Muitas vezes encontramos casais de namorados e nos vêm à lembrança momentos felizes. Isso nos faz pensar em como é complexo um relacionamento, seja ele de amizade, de amor, ou simplesmente de companheirismo.

Um relacionamento não se mede pelo tempo que dura, mas por sua intensidade. Como dizia o poeta Vinicius de Moraes, que seja eterno enquanto dure...
Conhecemos alguém e no instante seguinte parece que nos conhecemos de longa data. São as semelhanças, as coisas que temos em comum que nos dão a sensação de eternidade...
Mas, quando estamos num consultório de dentista, parece que o tempo parou, que nunca mais vamos conseguir sair dali... Será o medo? Muito complexa essa história de tempo. Ele é tão relativo quanto o são os nossos pensamentos.

Quando pensamos em termos de uma vida inteira, vemos quanto ela é curta. Parece que o tempo voa e não conseguimos realizar tudo aquilo que pretendíamos. Aí vem aquela sensação de frustração, de coisa inacabada. Muitas vezes eu observo as pessoas desperdiçando seu tempo com coisas inúteis, fúteis. Existem tantas coisas importantes a se fazer na vida que acho um crime desperdiçar horas preciosas com frivolidades. As mágoas, por exemplo, são perfeitamente inúteis em nossa vida. Para que perder tempo remoendo aqueles acontecimentos que não podemos mais mudar? Por que guardar mágoa, pensar e repensar em pessoas que nos feriram? Seria a vontade de sofrer que nos leva a isso? Pura perda de tempo...

Mas, falando em relacionamento, eu costumo dizer que as pessoas só estão aptas a conviver com outras quando elas se bastam. Um relacionamento amoroso não vai bem quando as pessoas se aproximam das outras por puro medo da solidão. O que acontece é que, nessa situação, o que buscamos é simplesmente um apoio, uma muleta e não um relacionamento saudável, de igual para igual, de companheirismo.

Vemos, nos dias de hoje, uma busca frenética por companhia. Parece que as pessoas não conseguem mais ficar a sós consigo mesmas, curtir seu próprio mundo. Não  é egoísmo. É, sim, um respeito para com seu EU, um gostar de si mesmas. Como posso gostar de alguém se não gosto de mim mesma?

A palavra amor está muito banalizada. Dizer “eu te amo” da boca para fora é muito fácil. Os jovens, principalmente, acham a toda hora que encontraram o amor da sua vida. Mas, logo descobrem que tudo não passou de uma ilusão, o amor se evapora e não sobra nada. Os relacionamentos se desfazem com uma facilidade incrível. Por quê? Ora, porque só existia a paixão, a atração e nada mais. Um relacionamento amoroso é muito mais do que paixão, envolve companheirismo, compreensão mútua, afinidades, objetivos comuns, cumplicidade, amor puro... Relacionamentos baseados simplesmente em atração se desfazem como bolhas de sabão. Se o castelo de sonhos for construído em cima de bases sólidas, em cima da rocha, por certo não se desfaz ao primeiro vento. 

     Neste Dia dos Namorados, vamos ter em mente a construção desses sonhos maravilhosos, mas sempre baseados em bases firmes. Vamos dar a mão àquela pessoa que está ao nosso lado, não só para um passeio, mas para o crescimento enquanto seres humanos, um crescimento que rume para a eternidade... 

Texto de Cecy Kirchner
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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Encontre-se, comunique-se, realize-se!




Imagine-se sozinho e perdido numa imensa floresta. Você correria sem rumo, atropelando tudo, ferindo-se e pondo em risco sua própria vida? Claro que não, pois isso seria insano e complicaria mais sua situação já difícil. Em primeiro lugar, você precisa se encontrar. Verificar seus recursos próprios – uma bússola, um mapa, fósforos, facão, etc. – tudo que tiver com você que lhe dê confiança e calma. Num segundo momento, você precisa se comunicar com o meio onde você está e aproveitar para valorizar o que ele oferece, o que está ao seu redor. A floresta tem seus perigos, mas também oferece meios de sobrevivência: madeira, frutos, palha, água, etc. Em terceiro lugar, com seus recursos próprios aplicados nos elementos oferecidos pela floresta, você sobreviverá e poderá traçar um rumo, uma meta para realizar sua liberdade
.
            Quantas vezes nos sentimos perdidos na vida, sem rumo, sem motivação, correndo e trombando com tudo e com todos ao nosso redor, sem ver uma saída, uma solução. É o momento de parar e refletir sobre nossos valores interiores. Eles sempre estiveram lá, bem no íntimo de cada um de nós, a espera de serem aproveitados. Nos preocupamos tanto com os objetos materiais e externos que esquecemos nosso tesouro oculto, talvez acreditando que alguns “donos da verdade” disseram que não tínhamos valor algum. É pelo auto-conhecimento que descobrimos nossos talentos próprios que, aplicados e vivenciados na “selva” do materialismo que nos rodeia, produzirão frutos para nossa jornada como seres livres de limitações, condicionamentos, traumas.

Encontraremos nesta jornada alguns peregrinos libertos da competição materialista, mas prontos para compartilhar valores transcendentais. Comunique-se, compartilhe suas idéias. 

Texto de Iran Waldir Kirchner 
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A vida e a morte!


Geralmente, vemos a morte como algo negativo, como uma coisa bárbara. Quando perdemos um ente querido, nossa primeira reação é de sofrimento, muitos se desesperam.    
Mas, vamos pensar um pouco sobre a vida e a morte. Por que temos que viver? Por que temos que sofrer? Muitas vezes essas perguntas martelam em nossa cabeça, sem que consigamos respondê-las. Os seres espiritualmente mais evoluídos sabem que somos espíritos encarnados neste planeta com um único objetivo: crescer, evoluir e voltar para o Pai.

Mas, de que maneira nós crescemos, evoluímos como seres? O crescimento não é só físico, não. Esse crescimento, apesar dos percalços da vida, é relativamente fácil. Basta que tenhamos uma vida sadia, com alimentação correta, exercícios para que cheguemos à idade adulta ou à velhice com saúde. Mas, isso não é crescer em termos espirituais. Da mesma forma que precisamos alimentar nosso corpo físico, também precisamos alimentar nosso espírito. De que maneira? Não existe uma fórmula mágica para isso. Não existem “dietas espirituais” nem “remédios” prescritos por médicos. Cada um de nós tem em seu íntimo uma centelha divina que nos foi concedida com filhos de Deus que somos. É como um DNA espiritual. Recebemos essa centelha divina e cabe a cada um de nós fazê-la brilhar sempre, não deixar que ela se apague. Não importa se pertencemos a esta ou aquela religião, se seguimos este ou aquele guru. Jesus, o maior de todos os mestres, já dizia: Muitos são os caminhos...

     Cada um de nós veio a este planeta com uma missão. E nenhuma missão  é mais ou menos importante que outra. Todos viemos para cumprir essa missão que nos foi dada. Nossa vida neste planeta é como se fosse uma grande escola, na qual nos é dado o conhecimento de que necessitamos para evoluir, para “passar de ano”. Se deixamos de lado esse conhecimento, não nos importamos em adquiri-lo e em assimilá-lo, perdemos a chance de progresso espiritual. Não “passamos de ano”...

O que realmente importa é que vivamos tão corretamente quanto possível, que façamos da paz e do amor o nosso motivo existencial. Se nossa vida for voltada para esse crescimento, quando chegar a hora de nossa passagem para a espiritualidade, por certo, a dita “morte” não nos assustará. Será apenas uma mudança de nível de consciência.
Isso me recorda um pensamento que li – não sei mais onde – mas que ficou marcado na minha lembrança: “Quando nasceste todos riam e só tu choravas. Vive de tal modo que, quando morreres, todos chorem e só tu rias”. É para pensar... 

Texto de Cecy Kirchner
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Somos livres?


Cogito, ergo sum”. Penso, logo existo. O Criador idealizou a criação com sua Sabedoria e ela surgiu. Somos semelhantes a Deus neste poder idealizador e criativo.

Quando o homem pensou, começou a evoluir e vencer a animalidade que o dominava e limitava seu progresso. Recebemos esse talento idealizador para ser bem aplicado e multiplicado para o bem e para a luz. Se o enterrarmos no materialismo egoísta e animalesco, seremos escravos do mal e das trevas.
Pensar é para deixar de rastejar no efêmero. Pensar é voar, vencer o tempo e o espaço rumo ao infinito.

Mas, cuidado! Mentes perversas, manipuladoras e massificantes podem sufocar nossa liberdade para servirmos aos seus propósitos inconfessáveis. Ilusões, engodos são usados como entorpecentes para bloquear nosso discernimento. Assim, a trama sutil não será percebida.

Muitos povos são vítimas desses poderes maléficos e escravizantes. Seremos livres quando nossa mente liberta chegar aos pés Daquele que nos deu o talento de pensar e, com fé e humildade, pedirmos: “Faça-se a vossa vontade e não a minha”. Seremos livres quando vivenciarmos em pensamentos, sentimentos e atos, a Sabedoria, o Amor de Deus, sem temer a animalidade que espreita.

Os grilhões que nos prendem são muitos. Uns estão fora de nós, visíveis e percebidos. Outros, os piores, os mais difíceis de romper, são os grilhões invisíveis e internos. Alguns desses grilhões recebemos como herança, outros pela educação materialista e outros ainda daqueles que se intitulam “os donos da verdade”, a respeito dos quais Jesus já advertia: “Estão à porta, não entram e não deixam entrar”. Disse também “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”.

Muitos outros ensinamentos nos deixou o Mestre, como chaves para abrir a porta da Liberdade. Que o Pai nos dê coragem e ousadia para usarmos esses ensinamentos-chaves para romper todos os grilhões e sermos realmente livres.

Por Iran Waldir Kirchner
Foto ilustrativa