segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Do conhecimento à sabedoria!

Introdução (Parte III)



A mente, com todos os conhecimentos acumulados e com tanto domínio no plano físico e emocional, é uma ferramenta imprópria para ir mais além. O máximo que ela pode fazer é tangenciar estes limites, ou passar de raspão, mas nunca ir além deles.
      Mas, nada impede que a Mente receba impulsos que vêm daquilo que está  acima dela, desde que ela aceite e se prepare para isso. 



Aceitar no sentido de se conscientizar como sendo apenas um veículo ou um instrumento do Eu Superior. E preparar-se no sentido de afinar-se ao máximo para poder ser sensibilizada por vibrações muito mais elevadas.

      É como um instrumento musical de corda, por exemplo. Se não estiver afinado para uma nota bem alta da escala musical, as cordas não refletem as vibrações daquele tipo de som.

      Mas, quais e o que seriam estas vibrações superiores, ou valores superiores, que podem sensibilizar a mente e criar uma ponte de ligação entre o eu inferior e o Eu Superior mais além? Se procurarmos examinar com profundidade o sentido de certas palavras – por exemplo: fraternidade, discernimento, intuição, solidariedade, desapego, caridade – vamos notar que tudo isso pode ser sentido, mas não pode ser explicado mentalmente. 

Duas pessoas podem saber do que se trata por sentirem a mesma coisa, mas não por aprenderem por palavras. Esses valores superiores são apenas reflexos do que está acima do nosso eu inferior pessoal, é por isso que podem ser sentidos, mas não compreendidos mentalmente.

      Como o tema de hoje tem o título Do Conhecimento à Sabedoria, podemos colocar que esses valores superiores são como reflexos de Sabedoria. A Sabedoria é, então, a meta final do nosso Eu Interior.

     Pouco ou nada se pode falar sobre Sabedoria, mas podemos aprender muito com a observação de seus efeitos na criatura. E, melhor ainda, o que a carência dos valores de Sabedoria pode provocar.

     Não significa que eles não estejam sempre atuando, mas que existe uma resistência maior ou menor nas pessoas.

Texto de Iran Waldir Kirchner 
Foto Ilustrativa 

 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Do conhecimento à sabedoria

 Introdução (Parte II)
     
 Se imaginarmos um atleta com um ótimo físico e as emoções bem desenvolvidas, mas com pouco ou nenhum raciocínio, veremos que não terá chance de vencer. Temos aqui o papel fundamental da Mente. É só através da mente, do raciocínio cada vez melhor, que nosso atleta poderá saber como fazer treinamentos cada vez melhores, observar suas deficiências e corrigi-las, usar todos os recursos ao redor.

      Da mesma forma, a Mônada (Espírito e Alma) teve a necessidade de criar um corpo mental para disciplinar e coordenar o físico e as emoções, e assim, aperfeiçoá-los ainda mais. Desse modo, cada músculo, cada fibra física, cada emoção ou sentimento, estarão bem afinados e prontos a desempenhar suas funções com perfeição.

      Podemos comparar isso também com uma orquestra em formação, os instrumentos serão partes do corpo físico, cada um com uma função. Os instrumentistas seriam as emoções, os sentimentos. O maestro, que procura treinar os músicos, seria a mente.

      Vamos agora imaginar o nosso atleta já completo: tem um corpo perfeito em todas as suas funções, suas emoções foram desenvolvidas ao máximo, a mente está formada, com uma memória, um raciocínio razoável e também uma bagagem considerável de dados, de informações, de conhecimentos. Em resumo, o atleta existe e tem seus veículos básicos formados.

      Mas, qual seria o objetivo do nosso atleta? Será que apenas o fato de ser um atleta é o suficiente? É evidente que não. Não existe alguém que, sendo realmente um atleta, pense que só isso é tudo o que quer.

      O verdadeiro atleta busca sempre a conquista da Vitória. Não existe objetivo maior que este. Se ele não conquistar uma Vitória sequer, por menor que seja, todo o esforço feito foi totalmente perdido. Ser um atleta apenas não é um objetivo, mas apenas um meio para tornar-se um vencedor, um verdadeiro campeão, nada menos que isso. Portanto, os meios, por melhores que sejam, não são uma finalidade por si mesmos, e tornam-se inúteis se não forem dirigidos para um alvo muito além deles próprios.

      Agora, transportando tudo isso para o nosso assunto: Qual seria o objetivo da Chispa Divina em cada um de nós ao criar e desenvolver os veículos que temos – o físico, as emoções e a mente? Seria isso o único objetivo da Mônada? O de ter bons instrumentos de trabalho para não fazer mais nada? Eu creio que todos nós já sabemos que não é isso, mas sim que existe uma incessante busca de um Alvo muito além dos meios existentes. E como esta conquista está acima dos veículos, e sendo nossa mente concreta (ou inferior) apenas um desses veículos, não é com ela que vamos entender o que está acima. Ela apenas nos indica pelo raciocínio que existe algo acima, a que podemos dar muitos nomes – Libertação, Realização, Deus, Sabedoria e muitos outros – mas para a mente inferior, mente intelectiva, tudo está além dos seus limites, além do seu raio de ação.

Texto de Iran Waldir Kirchner
 Foto ilustrativa 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Do conhecimento à sabedoria!

INTRODUÇÃO (Parte I)


      Antes de tratarmos do assunto propriamente dito, é necessário que nos situemos devidamente, para termos uma visão do conjunto primeiro para, só então, focalizarmos o ponto que vamos tratar. Caso contrário, ficaremos perdidos.

      Para termos uma ideia, imaginemos um atleta fantástico, que executasse um ato prodigioso e que observássemos apenas o final do acontecimento, sem termos visto o processo desde o início. Assim, não entenderíamos como chegou ao final glorioso.

      Da mesma forma é a conquista da Sabedoria que, sendo um triunfo além da imaginação humana, é a razão para todo o cuidado necessário.
      Faremos sempre um paralelo comparativo entre a figura do atleta com relação ao nosso estudo.

      Antes que possa existir a pessoa do atleta é imprescindível que exista uma individualidade central, sem a qual nada pode existir. Essa individualidade, este ser consciente, seria, em nosso estudo, a Chispa Divina, a identidade espiritual, um centro de consciência embrionária, em outras palavras, o Eu Superior em nós (a Mônada - Espírito e Alma).

      Assim como o nosso atleta necessita de um corpo físico completo e adequado para seu propósito, da mesma forma a Consciência teve que formar dentro do mundo manifesto em veículo apropriado para se relacionar com o plano físico. Após muito trabalho no laboratório da Natureza, surgiu o ser humano ainda em estado primitivo, muito rústico, mas fisicamente completo e auto-suficiente para sobreviver e preservar-se dentro da Natureza.

      O corpo físico por si só, mesmo completo, preparado para sua sobrevivência no meio ambiente, seria apenas um ser primitivo sem qualidades especiais que o destacassem do reino animal. É aí então que entra o importante papel do corpo emocional ou astral, como uma alavanca motora do físico para tirá-lo de sua inércia natural e incentivá-lo em novos rumos. Por isso, a Mônada, já tendo a matéria bruta como base, acelerou o desenvolvimento emocional. Se compararmos isso com o nosso atleta, veremos que apenas um corpo não é suficiente, é necessária a presença de forte desejo de ir em frente. O corpo emocional bem desenvolvido aperfeiçoa as qualidades do físico, torna-o mais sensível e pronto a seguir um comando.

Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto ilustrativa