Do
termo ORO – expandir, abrir-se. Mas é um abrir-se para dentro e não esperar que
algo de fora apenas possa acontecer. Podemos usar recursos exteriores para a
oração: um local apropriado, figuras ou imagens, velas, incenso, luzes
coloridas, fundos musicais, vestimentas, oferendas, leituras repetitivas se
desejarmos. “Tu, porém, quando orares,
entre em teu quarto e, fechada a porta, ora a Teu Pai que está em secreto; e
Teu Pai, que vê em secreto, te retribuirá.” (Mateus Cap. 6, v. 6)
Jesus
sempre orava e ensinava em lugares abertos, campos, colinas, à beira mar e
pouco em templos e moradias. Dizia que Ele mesmo não tinha onde repousar o
corpo. Seria uma contradição interpretar ao pé da letra sua orientação de como
orar. Assim quem não tem casa não poderia orar. Mas, temos que entender com
profundidade a simbologia de sua parábola.
Para
a concentração em nosso íntimo, em nossa essência espiritual que nos liga a
essência da Criação que tudo invade, é mais lógico e verdadeiro, fecharmos as
portas e janelas de nosso corpo, nossos sentidos exteriores para focar nossa
mente com atenção, concentração e profundidade em nós mesmos. Parece algo
impossível esta reflexão interior pelo fato de estarmos viciados mental e
emocionalmente nas informações dos cinco sentidos exteriores: visão, audição,
tato, olfato e paladar. Paramos para refletir quando temos problemas de foro
íntimo mas logo voltamos à rotina dominante. Isso não significa que nos
alienamos dos sentidos externos mas que podemos educá-los para que não atrapalhem
e até possam ajudar em profundas reflexões. Por exemplo, termos sempre à mão
algo apropriado para isso como um rosário para orações, um livro de bolso, a
figura de um mestre ou santo, um ornamento com simbologia apropriada, música,
etc. Alguns minutos alternados no dia a dia são treinamentos para quando
quisermos usar um tempo maior para oração, estudos, meditação, etc.
Todos
temos à disposição elementos para nosso crescimento, tanto externo como
interno. O que acontece é que polarizamos nossos talentos apenas no exterior e
esquecemos o principal, o interior, onde está nossa Real identidade.
Jesus
já advertia sobre isso quando ensinava “De que adianta ao homem conquistar o
mundo e perder sua alma” (alma como essência, identidade Real).
Em
outra parábola cristã fala-se sobre os talentos confiados ao homem. Os que
aplicaram corretamente, ganharam mais e evoluíram; e quem não usou e enterrou
perdeu o que tinha.
Outras
parábolas são convergentes: o Tesouro Oculto, O Filho Pródigo, As Irmãs Maria e
Marta.
Nos
ensinamentos orientais – budismo, hinduísmo, taoísmo – temos referências
semelhantes sobre a oração, a prece, a meditação, a devoção como caminhos de
evolução integral do homem como um todo em harmonia com outros reinos naturais
onde vive.
Veja
e sinta as cores e formas mas também o Vazio entre elas, sem Ele elas não
existem.
Escute
todos os sons e também o Silêncio entre eles, sem Ele eles não existem.
Olhe
em teus próprios olhos e pergunte: Quem sou Eu? ELE te responderá em teu
coração: EU SOU. Sintonize e sincronize teu pensar, teu sentir e tua respiração
no EU SOU pulsando em teu coração. Deixe que ELE te conduza.
Texto
de Iran Waldir Kirchner - Foto Ilustrativa
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