Estive pensando sobre o perdão e a
gratidão. Li muito e um artigo de Saul Brandalise Jr. me chamou a atenção e vou
transcrever um trecho: “Os sentimentos negativos destroem a nossa vida. Ódio e
mágoa associados ao nosso dia-a-dia impossibilitam de viver a plenitude da
felicidade Uma vida saudável não começa nos exercícios físicos feitos
diariamente. Sua porta de entrada mora, reside, e é sólida quando estamos em
profundo estado de perdão. Saber perdoar é a dobradiça desta porta. A chave é
perdoar, mas ela só se movimenta quando efetivamente exercemos o perdão,
sentirmos e nos arrepiarmos de plenitude.”
Realmente, o perdão que vem de dentro
de nossa alma é que nos deixa em paz com o mundo, que nos faz viver em plenitude. Mas ,
não é aquele perdão só de aparência, aquele “perdãozinho” que
“concedemos” apenas da boca para fora, só para ficarmos “bem no retrato”...
Não é uma coisa fácil de se
fazer, perdoar é muitas vezes muito difícil, exige muita força interior,
muito exercício diário.
Olhando para trás, vemos quantas vezes
fomos ofendidos, injuriados, agredidos. Será que perdoamos realmente aqueles
nossos desafetos?
Ao fazermos nossa oração diária,
pedimos a Deus que perdoe nossas ofensas assim como perdoamos àqueles que nos
ofenderam. Será que podemos, conscientemente, afirmar que perdoamos? As
mágoas vão se acumulando, vão nos roendo interiormente e, quando abrimos nossos
olhos, estamos com uma mala cheia de ressentimentos, uma mala cada vez mais
pesada, um fardo que carregamos durante longos anos. Não é mais fácil esvaziar
esse baú de mágoas, perdoando do fundo do nosso coração? A carga se vai e nós
podemos trilhar a estrada com muito mais facilidade. Nossa vida fica, no
mínimo, mais leve...
E a gratidão? Esse sentimento tão
pouco vivenciado, muitas vezes não tem lugar em nossa vida. E nós sempre temos
tanto a agradecer... A gratidão deveria fazer parte integrante de nossa vida,
em todos os momentos, em todas as situações.
Muitas vezes recebemos amizade,
afeição, favores e nem sequer percebemos – ou achamos mais cômodo não tomar
conhecimento... Talvez a mesma pessoa que um dia nos ofereceu seu ombro amigo,
muito tempo depois pode, mesmo sem querer, ter alguma atitude agressiva, não
condizente com a amizade. E aí, nós a consideramos uma inimiga. Não lembramos a
amizade anterior, deixamos que a mágoa sufoque todos os outros sentimentos
bons. Somente quando perdoamos, do fundo do nosso coração, podemos voltar a
sentir a mesma amizade, a sentir a gratidão.
Um bom exercício diário é lembrar
de todos os nossos amigos – e desafetos também – pensar nos bons momentos que
passamos juntos, nas coisas boas que nos aconteceram, e agradecer a Deus pela
vida de todos eles. Mesmo quando temos problemas, alguma lição podemos tirar
dessa situação. E só temos a agradecer pela oportunidade que esse problema nos
deu para que possamos prosseguir pela estrada da evolução. Sim, porque sem
problemas, sem essas lições que a vida nos dá, não poderíamos evoluir, crescer
como pessoas.
Usemos, pois, a “chave” do perdão para
que a porta se abra e possamos viver uma vida mais saudável, mais plena, mais
consciente. Uma vida repleta de realizações, mas, sobretudo, repleta de
gratidão.
Texto de Cecy Kirchner
Foto Ilustrativa
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