quinta-feira, 24 de julho de 2014

A busca natural do ser humano (Parte II)


Já  fomos crianças e descobrimos que os brinquedos não foram suficientes, não nos deram realmente o que procurávamos.
      Como adolescentes, aprendemos que nossos sonhos tão brilhantes e fabulosos sobre o mundo material e exterior se desvaneceram como uma miragem, sem nos darem o que procurávamos.
      Como adultos que somos agora, após conquistarmos bens e alguns poderes materiais, concluímos que não estamos satisfeitos ainda. Aquele impulso de busca continua, como se nos falasse claramente: não é no mundo material, exterior, que vamos encontrar o que procuramos.
O fato de não termos encontrado no mundo lá fora o fim de nossa procura, de Algo melhor para nós, de não termos encontrado o Objetivo final de nossa Busca, é uma prova concreta e inegável de que este Objetivo está além dos limites materiais do mundo que conhecemos. É uma prova de que o que procuramos transcende o que chamamos de vida. Está muito além daquilo que nossos sentidos externos percebem. Está acima de nossos limitados conceitos de tempo e espaço de vida ou de morte, do que julgamos ser bom ou mau. O objetivo dessa nossa Busca está além dos pequenos interesses de nossa personalidade externa.
      O objetivo da Busca de todas as criaturas, o Ideal Total e Final que todos nós temos procurado indiretamente, não é possível descrever, não existem palavras capazes disso. Podemos percebê-Lo sutilmente em tudo que existe e, principalmente, em nosso interior, mas quando tentamos dar-Lhe um nome, nós O limitamos com nossos conceitos humanos. Portanto, não devemos nos preocupar em dar nomes e definições, já temos a graça de senti-Lo em nós, um pouquinho que seja, e isso nos basta para termos a convicção de Sua Grandeza, de Sua Infinita Bondade sem limites, da Perfeição Absoluta que É.
      Nossa única preocupação, a partir desse ponto, deve ser unicamente de como poderemos nos aproximar o mais rápido e diretamente do Ideal Supremo que buscamos há tanto tempo e de maneiras tão diversas, pois quanto mais próximos estivermos dEle, mas felizes estaremos, sem tropeçarmos em desilusões e fracassos.
      A Sabedoria Antiga, ensinada pela Teosofia, nos indica quatro Caminhos para a união com o Ideal que buscamos. São quatro meios à procura da Perfeição, da Auto-realização espiritual, em busca da Chispa Divina em nós.
      Estes caminhos são: Karma Yoga, Bhakti Yoga, Raja Yoga e Jnana Yoga.
      São termos sânscritos: Yoga = união. Karma = ação. É a união pelo trabalho altruísta, cão sem espera de recompensa em benefício do próximo. Bhakti Yoga é a união pela devoção a Deus. Raja Yoga é a união pelo domínio da mente, pelo controle dos pensamentos. Jnana Yoga é a união através da Sabedoria, pelo conhecimento superior.
      Vamos nos ater apenas a Karma e a Bhakti Yoga.
      Esses quatro caminhos não são obrigatoriamente separados entre si, ou seja, eles se interligam. O que pode acontecer é que um religioso tenha mais tendência para um deles e manifeste isso mais fortemente no exterior, mas não significa que não utilize também os demais caminhos. A história nos fala de pessoas de imensa devoção a Deus, um Bhakti Yogue perfeito. Isso não quer dizer que não tenha Sabedoria alguma, não seja altruísta e não tenha controle sobre seus pensamentos, ele tem tudo isso em menor grau, talvez, mas a sua natureza é mais propensa à devoção a Deus. Essas pessoas são exemplos de como se deve seguir aquele caminho com perfeição. Mas nós não somos obrigados a seguir um determinado caminho e esquecer os demais. Podemos seguir naturalmente com mais intensidade por aquele com que temos mais afinidade, mas não devemos eliminar os demais caminhos, temos também necessidade dos demais para nos equilibrar melhor.

Texto de Iram Waldir Kirchner 
Foto Ilustrativa


Nenhum comentário:

Postar um comentário