sábado, 19 de julho de 2014

A busca natural do ser humano. (Parte I)

Se olharmos ao nosso redor, vemos que estamos sempre à procura de algo melhor. Mesmo os animais já manifestam instintivamente essa procura por coisas melhores para si. No ser humano, essa Busca é muito mais marcante, devido ao alto desenvolvimento de suas faculdades mentais e emocionais.
      Toda essa luta, toda essa intensa atividade que se observa é uma prova visível de que há, em todas as criaturas, um impulso natural de procura de algo sempre melhor.
      A criatura humana, em todos os níveis de atividades, está sempre em busca permanente e incansável, trabalhando, estudando, construindo, tanto na paz quanto na guerra, sempre está fazendo tentativas de encontrar algo melhor para si.
      Essa busca é, portanto, uma constante em toda a natureza humana, em todas as criaturas, tanto nas crianças, nos jovens como nos adultos. Existe no ignorante como no instruído, no ateu materialista e no religioso, no homem de princípios morais e cívicos como no criminoso marginalizado. É impossível imaginarmos alguém que não esteja sempre à procura de algo melhor para si. O modo de procurar pode ser de maneiras diversas e até antagônicas entre si, mas o impulso de buscar é uma constante em todos. As criaturas são diferentes pelas suas características, portanto manifestam esse mesmo impulso de modos diferentes e particulares, não poderia ser de outro modo.
      O impulso natural e interior de buscar é um só, as manifestações exteriores desse impulso é que variam. Existe apenas uma energia atuante que nos anima a procurar. Nós canalizamos essa energia segundo as qualidades e os defeitos que temos e segundo nossas condições.
      Uma criança também está em busca. É através dos brinquedos e folguedos e das guloseimas que procura e quer encontrar algo melhor para si. Essa criatura está na condição de criança, e só poderá exteriorizar esse impulso segundo suas características particulares.
      O adolescente também busca quando quer conhecer as coisas do Mundo.
      O adulto busca quando quer adquirir e dominar as coisas do Mundo que aparentam ser melhores para si mesmo.
      O marginal também está buscando quando, pelo crime, tenta tirar proveito das outras criaturas.
      O cientista busca quando pesquisa e inventa novos remédios, novas ferramentas, novos alimentos e novas armas para a guerra.
      O soldado busca quando, na guerra, procura cumprir o que ele julga ser um dever de soldado.
      O religioso também busca, quando faz suas práticas.
      Portanto, as diferenças só existem nos modos de expressar essa nossa procura por algo melhor. Esse constante buscar, essa força existe em todos nós, somos movidos por ela para procurar sempre algo melhor. E isso independe da nossa vontade ou da nossa consciência. Mesmo que uma criatura pense que não quer coisa alguma, sem fazer coisa alguma na vida, ela está buscando aquilo que julga ser melhor para si mesma.

      É através de tentativas indiretas e muitas vezes infelizes que a criatura aprimora a sua expressão de buscar. Esse conhecimento vem geralmente através dos nossos desenganos. Quando atingimos um objetivo notamos que a sua conquista não nos deu aquilo que esperávamos realmente e é pela eliminação desses pequenos e falsos ideais que somos levados a enxergar um Grande, Verdadeiro e Único Ideal.

Texto de Iram Waldir Kirchner
Foto ilustrativa

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