Se olharmos ao nosso redor, vemos que
estamos sempre à procura de algo melhor. Mesmo os animais já manifestam
instintivamente essa procura por coisas melhores para si. No ser humano, essa
Busca é muito mais marcante, devido ao alto desenvolvimento de suas faculdades
mentais e emocionais.
Toda essa luta, toda essa intensa
atividade que se observa é uma prova visível de que há, em todas as
criaturas, um impulso natural de procura de algo sempre melhor.
A criatura humana, em todos os níveis
de atividades, está sempre em busca permanente e incansável, trabalhando,
estudando, construindo, tanto na paz quanto na guerra, sempre está fazendo
tentativas de encontrar algo melhor para si.
Essa busca é, portanto, uma constante
em toda a natureza humana, em todas as criaturas, tanto nas crianças, nos
jovens como nos adultos. Existe no ignorante como no instruído, no ateu
materialista e no religioso, no homem de princípios morais e cívicos como no
criminoso marginalizado. É impossível imaginarmos alguém que não esteja sempre
à procura de algo melhor para si. O modo de procurar pode ser de maneiras
diversas e até antagônicas entre si, mas o impulso de buscar é uma constante em todos. As criaturas são
diferentes pelas suas características, portanto manifestam esse mesmo impulso
de modos diferentes e particulares, não poderia ser de outro modo.
O impulso natural e interior de buscar
é um só, as manifestações exteriores desse impulso é que variam. Existe
apenas uma energia atuante que nos anima a procurar. Nós canalizamos essa
energia segundo as qualidades e os defeitos que temos e segundo nossas condições.
Uma criança também está em busca.
É através dos brinquedos e folguedos e das guloseimas que procura e quer
encontrar algo melhor para si. Essa criatura está na condição de criança, e só
poderá exteriorizar esse impulso segundo suas características particulares.
O adolescente também busca quando quer
conhecer as coisas do Mundo.
O adulto busca quando quer adquirir e
dominar as coisas do Mundo que aparentam ser melhores para si mesmo.
O marginal também está buscando
quando, pelo crime, tenta tirar proveito das outras criaturas.
O cientista busca quando pesquisa e
inventa novos remédios, novas ferramentas, novos alimentos e novas armas para a
guerra.
O soldado busca quando, na guerra,
procura cumprir o que ele julga ser um dever de soldado.
O religioso também busca, quando faz
suas práticas.
Portanto, as diferenças só existem nos
modos de expressar essa nossa procura por algo melhor. Esse constante buscar,
essa força existe em todos nós, somos movidos por ela para procurar sempre algo
melhor. E isso independe da nossa vontade ou da nossa consciência. Mesmo que
uma criatura pense que não quer coisa alguma, sem fazer coisa alguma na vida,
ela está buscando aquilo que julga ser melhor para si mesma.
É através de tentativas indiretas e
muitas vezes infelizes que a criatura aprimora a sua expressão de buscar. Esse
conhecimento vem geralmente através dos nossos desenganos. Quando atingimos um
objetivo notamos que a sua conquista não nos deu aquilo que esperávamos realmente
e é pela eliminação desses pequenos e falsos ideais que somos levados a
enxergar um Grande, Verdadeiro e Único Ideal.
Texto de Iram Waldir Kirchner
Foto ilustrativa
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