quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Do conhecimento à sabedoria!

O desequilíbrio (Parte II)

      Essa direção só pode ser dada pelo Eu Superior em nós. E Ele está  sempre presente, mas devido a certa resistência, sua direção é  distorcida. Houve uma espécie de complô subversivo para opor-se a um Poder Superior Legítimo do Eu Superior. Os elementos subalternos, três veículos de trabalho – corpo físico, corpo astral ou emocional e corpo mental ou intelectual – formaram um Triunvirato, sublevando-se contra o Eu Superior. 

Com isso, surgiu o usurpador do direito, o impostor que se auto-elegeu diretor sem qualidades para isso – o impostor tem o nome de Personalidade.

      Pode-se entender a razão para o desequilíbrio das criaturas dominadas pela personalidade. É uma falsa identidade sem diretrizes definidas, apenas servindo de testa de ferro aos interesses secundários dos corpos inferiores. E como eles também não têm a visão superior para se auto-dirigir para um trabalho de conjunto, o ser humano fica como dividido, sofrendo a imposição de tendências diferentes. 

O físico vai se impor pelas suas necessidades, quer sejam fundamentais ou superficiais, o máximo de conforto, com alimentação excessiva e o mínimo de esforço e atividade. O emocional, sempre vibrante, procurará sempre as mais fortes emoções, não importando que com isso prejudique os outros corpos. O mental, livre, sem uma direção superior, será sempre um sonhador, imaginando castelos de areia, tentando realizar sonhos impossíveis e, com isso, arrasta o físico e as emoções para situações penosas. E o próprio corpo Mental ficará frustrado e melancólico, pois seus companheiros não podem acompanhar sempre os devaneios da mente sonhadora.

      Assim, pode-se entender o porquê de tanta instabilidade e incoerência nas pessoas; a soma de influências tão variáveis, dependendo da predominância de uma das três, vai provocar mudanças bruscas na personalidade de uma hora para outra. É o que se nota de um modo tão comum entre as pessoas, que até é considerado como coisa normal: poucos se entendem e, na maioria, ninguém entende ninguém e só mantém as aparências por imposição das circunstâncias, em outras palavras, à força.

      E isso é tudo uma conseqüência muito lógica e evidente: se cada ser humano pouco ou nada conhece de si mesmo, jamais vai se entender e muito menos a seus semelhantes.

      É neste ponto que a Teosofia tem um papel muito importante, oferecendo recursos para que o indivíduo se conheça melhor, com profundidade. Cada criatura é um mundo diferente e fantástico, portanto não existe uma receita milagrosa para todos. Existem, sim, marcos que servem de referência apenas, cada um tem como tarefa descobrir por si mesmo os caminhos individuais. Isso não cai do céu gratuitamente e não é possível “fazer cola” ou copiar, pois o que serve para um pode ser contraindicado para outro.

Texto de Iran Waldir Kirchner
 Foto Ilustrativa 

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