O
desequilíbrio (Parte I)
A humanidade atravessa hoje uma fase
crucial devido a poucos valores que aceita viver.
A criatura está sob quase total
influência somente dos três veículos inferiores – corpo, emoção e mente. Com os
veículos superiores pouco desenvolvidos e com a falta de valores que eles podem
oferecer, o ser humano não encontra saída para seus problemas.
Outro fator que
agrava mais esta situação é o desconhecimento de si mesmo como uma criatura
superior que é, muito acima do plano físico que conhece. Poderíamos pensar que
a maioria das pessoas hoje tem conhecimento de que possuem uma alma e não
apenas a matéria física, e a maioria delas responderá que acredita nisso. Mas
se analisarmos como vivem o dia-a-dia, notaremos uma grande contradição, o que
prova um desconhecimento quase total da criatura de si própria.
Por isso, é evidente que a
criatura humana está sendo dominada pelos três corpos – físico, emocional
e mental. Todos eles estão bem desenvolvidos e com grande influência. A
Teosofia ensina que esses corpos são apenas instrumentos de um Eu Superior em nós. Entende-se
por instrumento como sendo um meio de expressão, uma ferramenta com a qual
podemos executar uma tarefa com finalidade definida.
Se compararmos nossos
corpos com uma ferramenta comum como um martelo, uma talhadeira ou um esquadro,
veremos que tem pouco sentido, pois elas são inertes e não têm vida própria.
Mas, se compararmos com uma grande máquina que não deixa de ser também uma
ferramenta, veremos que é diferente.
Um computador, por exemplo, é uma
ferramenta bem mais complexa, tem certa autonomia para executar muitas funções.
Mas, mesmo assim, ele tem de ser dirigido, suas funções têm de ser programadas
para cada finalidade específica. Esta máquina, por si só, não possui
autodeterminação, apesar de ter certa autonomia, não é um fim em si mesma, mas
apenas um instrumento, veículo de trabalho.
Do mesmo modo são nossos corpos
inferiores – corpo, emoções e mente. São incomparavelmente mais complexos que
qualquer máquina existente. Podemos chamá-los de Inferiores em relação a
outros, mas se reunirmos todos os computadores do mundo juntos, eles não fariam
as funções que faz o nosso pequeno cérebro físico. Cada um deles tem uma vida
própria e sabe executar devidamente funções relativas a seu campo de ação.
Mas,
são veículos apenas, não um fim por si mesmos, apenas meios para uma finalidade
determinada. Uma máquina por si só não faz coisa alguma de valor, necessita de
um operador de categoria. O corpo, a emoção e a mente também necessitam de uma
direção superior para que participem da execução de uma obra bem definida.
Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto Ilustrativa
Nenhum comentário:
Postar um comentário