domingo, 24 de janeiro de 2016

Características do Amor a Deus


   “  A mar Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Esse mandamento é a síntese de todos os outros do Antigo Testamento.
            Podemos representar o Amor a Deus como um triângulo, em que cada ângulo corresponde a uma característica. Não pode haver um triângulo sem três lados e também não pode haver Amor a Deus sem suas três características.


            A primeira característica do Amor a Deus é o fato de que não deve haver transações. Sempre que se procura algo em retribuição, não há amor, torna-se um comércio – compra e venda. Enquanto houver a idéia de obter tal ou qual favor em troca do nosso respeito e fidelidade, não existirá o Verdadeiro Amor. Quando não se consegue o que se pede, deixa-se de amar. A criatura ama e já encontra recompensa no próprio ato de Amor. Quando se vê uma bela paisagem, nada se pede a ela e nem a paisagem nos pede coisa alguma. Mesmo assim, a simples contemplação nos extasia.


            A segunda característica do verdadeiro Amor a Deus é que não se conhece o medo. O amor pelo medo seria como o dos seres primitivos que adoravam os fenômenos naturais como deuses, para que não os castigassem com catástrofes, fome e morte. O Amor é superior ao medo.
            Geralmente, a educação recebida cria na personalidade humana um sentimento de temor ao Criador, como se ele fosse um juiz pronto a castigar. A expressão “cuidado que Deus castiga” é ainda hoje muito usada. Foi esta a deformação do ser humano por muitos séculos e ainda continua, pela ignorância do verdadeiro Amor a Deus. O verdadeiro Amor vence o medo.
            Se alguém vai sozinho por uma rua e encontra um cão raivoso tem medo e corre. Mas, se está acompanhado de uma criança pequena e é atacado, o medo desaparece por amor à criança e enfrenta o perigo sem medo.


            A terceira característica do Amor a Deus é que não existe competição. Deus é o alvo máximo, sem rival. O mandamento ensina: “Amar a Deus sobre todas as coisas.”
            Não se pode amar a dois Senhores ao mesmo tempo. Esse é um preceito bíblico. Jesus e todos os mensageiros da cristandade são unânimes e convergentes em seus ensinamentos fundamentais. “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” não é uma imposição, mas sim uma meta, um indicativo de uma maneira de ser, um estado de espírito, uma sintonia de sentimentos. Mesmo pais humanos não exigem que seus filhos os amem. Amor a Deus é a criatura estar em sintonia com a vibração Divina. É estar em comunhão com as energias mais elevadas da criação, energias de máxima sabedoria, de bem-aventurança e da criatividade Divina. A expressão dessas forças divinas em nós elevam o padrão vibratório de nossas mentes e pensamentos, nossas emoções e sentimentos e, finalmente, a nossa capacidade criativa, concretizando em realizações a vontade do Amor de Deus. Deixaremos de agir de modo materialista e egoísta, passando a agir como Filhos do Amor Divino.
Seja feita a vossa vontade e não a minha.

Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto ilustrativa


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