Idade
espiritual
O
ser humano está apenas despertando para a espiritualidade. Uma prova disso é o
fato de apesar da Humanidade ter muitas religiões, muitas seitas e muitas
crenças, que pregam o monoteísmo, um Deus único, elas ainda não se entendem
entre si.
Fazendo
uma comparação: uma grande família, com muitas crianças pequenas, onde cada
criança entende que seus pais são apenas seus. Elas brigam e discutem entre si
pela posse exclusiva do Pai e da Mãe. Por mais que os pais tentassem explicar
aos filhos que os amam igualmente, não seriam entendidos. Nós mesmos já fizemos
isso com nossos irmãos e pais. Éramos pequenos e não entendíamos o amor de
nossos pais. Precisamos crescer e evoluir para entendê-los melhor. Como
espíritos encarnados, temos que evoluir em espiritualidade para entender melhor
o Amor Divino por todos nós.
Ensinamentos
mal interpretados
Os
povos primitivos acreditavam nas forças da natureza como deuses. Era o
politeísmo. Deuses humanizados, com tendências e defeitos humanos, deuses
ciumentos, vingativos, vaidosos e tiranos implacáveis. Com a evolução para o
monoteísmo, um Único Deus, ficaram os vestígios das nossas encarnações antigas.
Trazemos marcas difíceis de apagar. O temor a Deus ainda é afirmado hoje. Onde
existe medo, existe desconfiança, revolta, separação. Amor jamais. E sem sentir
amor é difícil entender o Amor Divino.
Padrão
humano de Amor
“Disse
eu que no seu início o homem não tem senão instintos e aquele, pois, em quem os
instintos dominam está mais próximo do ponto de partida que do objetivo. Para
avançar em direção ao objetivo, é preciso vencer os instintos em proveito dos
sentimentos, quer dizer, aperfeiçoar estes sufocando os germes latentes da
matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; eles
carregam consigo o progresso, como a bolota encerra o carvalho, e os seres
menos avançados são aqueles que, não se despojando senão pouco a pouco de sua
crisálida, permanecem escravizados aos instintos. O Espírito deve ser cultivado
como um campo; toda a riqueza futura depende do labor presente, e mais do que
bens terrestres, vos levará à gloriosa elevação; é então que, compreendendo a
lei de amor que une todos os seres, nela encontrareis as suaves alegrias da
alma, que são o prelúdio das alegrias celestes.” (Lázaro, Paris, 1862)
(Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo XI, 8)
Amar
e fazer amor está ligado fortemente ao sexo. Fraternidade, solidariedade,
compaixão, amizade, complacência, perdão, doação parecem não ser expressões do
amor, mas são derivações do verdadeiro sentimento de Amor. Tentar entender o
Amor Divino tomando como base o amor human0 – que é egoísta, ciumento,
exclusivista – é muito difícil.
Ser
humano como centro do Universo (Antropocentrismo)
Fomos
criados à semelhança de Deus em potencial de sabedoria, criatividade e amor.
Por falta de entendimento e por orgulho, rebaixamos Deus à nossa semelhança.
Nos intitulamos o centro e os donos da criação, o centro de todo o Universo e
os donos da verdade. Dizendo que a voz do povo é a voz de Deus, estamos sendo
cruéis, injustos e preconceituosos. Crimes contra a Natureza e o meio ambiente,
genocídios e outras barbáries são cometidas em nome desta ideologia.
A
vontade do homem em querer ser maior que a vontade de Deus é uma inversão de
valores.
O
Amor Divino submisso aos caprichos humanos é impossível de ser compreendido,
gerando interpretações particulares e conflitantes.
Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto Ilustrativa