quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Bloqueios humanos!

Idade espiritual

            O ser humano está apenas despertando para a espiritualidade. Uma prova disso é o fato de apesar da Humanidade ter muitas religiões, muitas seitas e muitas crenças, que pregam o monoteísmo, um Deus único, elas ainda não se entendem entre si.
            Fazendo uma comparação: uma grande família, com muitas crianças pequenas, onde cada criança entende que seus pais são apenas seus. Elas brigam e discutem entre si pela posse exclusiva do Pai e da Mãe. Por mais que os pais tentassem explicar aos filhos que os amam igualmente, não seriam entendidos. Nós mesmos já fizemos isso com nossos irmãos e pais. Éramos pequenos e não entendíamos o amor de nossos pais. Precisamos crescer e evoluir para entendê-los melhor. Como espíritos encarnados, temos que evoluir em espiritualidade para entender melhor o Amor Divino por todos nós.

Ensinamentos mal interpretados

            Os povos primitivos acreditavam nas forças da natureza como deuses. Era o politeísmo. Deuses humanizados, com tendências e defeitos humanos, deuses ciumentos, vingativos, vaidosos e tiranos implacáveis. Com a evolução para o monoteísmo, um Único Deus, ficaram os vestígios das nossas encarnações antigas. Trazemos marcas difíceis de apagar. O temor a Deus ainda é afirmado hoje. Onde existe medo, existe desconfiança, revolta, separação. Amor jamais. E sem sentir amor é difícil entender o Amor Divino.

Padrão humano de Amor

            “Disse eu que no seu início o homem não tem senão instintos e aquele, pois, em quem os instintos dominam está mais próximo do ponto de partida que do objetivo. Para avançar em direção ao objetivo, é preciso vencer os instintos em proveito dos sentimentos, quer dizer, aperfeiçoar estes sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; eles carregam consigo o progresso, como a bolota encerra o carvalho, e os seres menos avançados são aqueles que, não se despojando senão pouco a pouco de sua crisálida, permanecem escravizados aos instintos. O Espírito deve ser cultivado como um campo; toda a riqueza futura depende do labor presente, e mais do que bens terrestres, vos levará à gloriosa elevação; é então que, compreendendo a lei de amor que une todos os seres, nela encontrareis as suaves alegrias da alma, que são o prelúdio das alegrias celestes.” (Lázaro, Paris, 1862) (Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo XI, 8)
            Amar e fazer amor está ligado fortemente ao sexo. Fraternidade, solidariedade, compaixão, amizade, complacência, perdão, doação parecem não ser expressões do amor, mas são derivações do verdadeiro sentimento de Amor. Tentar entender o Amor Divino tomando como base o amor human0 – que é egoísta, ciumento, exclusivista – é muito difícil.

Ser humano como centro do Universo (Antropocentrismo)
           
            Fomos criados à semelhança de Deus em potencial de sabedoria, criatividade e amor. Por falta de entendimento e por orgulho, rebaixamos Deus à nossa semelhança. Nos intitulamos o centro e os donos da criação, o centro de todo o Universo e os donos da verdade. Dizendo que a voz do povo é a voz de Deus, estamos sendo cruéis, injustos e preconceituosos. Crimes contra a Natureza e o meio ambiente, genocídios e outras barbáries são cometidas em nome desta ideologia.

            A vontade do homem em querer ser maior que a vontade de Deus é uma inversão de valores.
            O Amor Divino submisso aos caprichos humanos é impossível de ser compreendido, gerando interpretações particulares e conflitantes.

Texto de Iran Waldir Kirchner
 Foto Ilustrativa
  

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Sócrates e Platão – precursores do Cristianismo e do Espiritismo – 500 a. C.

 
    A   preocupação constante do filósofo (tal como o compreendiam Sócrates e Platão) é de tomar o maior cuidado com a alma, menos por esta vida, que não é senão um instante, do que em vista da eternidade. Se a alma é imortal, não é mais sábio viver com vistas à eternidade?
           

  O Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa.
            Se a alma é imaterial, depois desta vida, ela deve seguir para um mundo igualmente invisível e imaterial, da mesma forma que o corpo, em se decompondo, retorna à matéria. Importa somente distinguir bem a alma pura, verdadeiramente imaterial, que se nutre, como Deus, de ciências e de pensamentos, da alma mais ou menos manchada de impurezas materiais que a impedem de se elevar até o divino, e a retêm nos lugares de sua morada terrestre.


            Sócrates e Platão, como se vê, compreendiam perfeitamente os diferentes graus de desmaterialização da alma; eles insistem sobre a diferença de situação que resulta para ela sua pureza maior ou menor. O que eles diziam por intuição, o Espiritismo o prova por numerosos exemplos que coloca sob nossos olhos. (O Céu e o Inferno, 2ª parte).”


            A Natureza, com sua aparente simplicidade, demonstra claramente o Amor Divino em ação constante. O Sol aquece sem nada pedir em troca. O Ar vivifica a vida animal e vegetal, sem cobrança. As Águas, em ciclos constantes, não param na sua doação. A Terra, esta mãe generosa, dá tudo de si mesma: alimento, abrigo, ferramentas, remédios e com um pouco da nossa ajuda, multiplica agradecida sua produção.


            Será que o gênero humano tem noção e gratidão pelas coisas naturais que o cercam? São coisas simples e comuns e de pouca importância? A falta de qualquer elemento natural põe em risco a vida humana. A Ecologia hoje nos ensina a preservar a Natureza que é de vital importância.
            Sócrates e Platão, 500 anos antes de Cristo, já afirmavam a amorosidade com que nos envolve a Natureza, que é uma expansão concreta e palpável do Amor Divino. Seremos cegos, surdos, insensíveis e ignorantes? Ou é o orgulho que nos torna indiferentes e ingratos, soberbos diante do Amor Divino?


            Que seria da nossa evolução espiritual sem a possibilidade de encarnar como seres humanos, sem poder receber um corpo físico para aprender as leis Divinas do Amor? Nossos corpos são formados de elementos naturais que nos rodeiam: do calor do sol, da fluidez das águas e dos ares, da rigidez dos minerais, da fauna e da flora para assimilar os alimentos. Como espíritos encarnados que somos, temos que ter sempre alegria e gratidão de poder estar aqui, vivos na matéria para evoluir no Espírito em sabedoria e saber amar como Deus nos ama, e como a Natureza nos ama.

Texto de Iran Waldir Kirchner

Foto ilustrativa