Conta uma parábola cristã: “O Reino
dos Céus é semelhante a um tesouro escondido em um campo. O lavrador o descobre
e, extasiado pela sua imensidão e esplendor, vai, vende tudo o que tem e compra
aquele campo, tomando posse do fabuloso tesouro”. (Mateus, 13:44)
Um ensinamento oriental, mas
convergente, complementa: “Aquilo que chamas corpo ou teu eu pessoal é o Campo
e quem o conhece é o Conhecedor do Campo. A Maior Sabedoria é o discernimento
entre o Campo e o Conhecedor do Campo”. (A Canção do Senhor – Bhagavad Gita,
12:1-1-2-3).
É uma constante em todos os tempos nos
ensinamentos espirituais da humanidade, a indicação para a busca interior, para
o essencial, para a alma. Muitos instrutores, em diferentes épocas e de muitas
maneiras, têm apontado para a mesma direção, de modo convergente, para dentro.
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo”, já ensinava Sócrates, filósofo
antigo. O que se oculta em cada criatura e que é de tão grande valor?
Nossos meios de percepção são
impróprios para esse conhecimento, pois usam os cinco sentidos físicos que só
percebem o que é exterior, o que chamamos de realidade concreta. E, como
conseqüência, investimos o tempo todo naquilo que vemos, tocamos, ouvimos,
cheiramos e degustamos. Jesus já ensinava que muitos tendo olhos, não vêem, e
tendo ouvidos, não entendem.
A humanidade é afetada pela
carência de valores interiores, pois mesmo satisfazendo os sentidos exteriores
nas sensações do mundo, falta Algo para uma Real Felicidade. Será esse
tesouro escondido em nós mesmos que nos faz tanta falta? Mas, como conquistá-Lo
se desgastamos tanto nossas energias na procura de bens exteriores? Existe um
círculo vicioso que envolve a humanidade e é alimentado de muitas maneiras:
pela educação materialista, pela propaganda enganosa, pela competição brutal
pelo poder material que massifica e oprime o ser humano, obrigando-o a ser um
objeto de consumo descartável.
Sempre existiram ensinamentos
convergentes para a libertação, se soubermos compartilhar idéias, sem
preconceitos religiosos, raciais, nacionalistas, políticos, se soubermos
resgatar a fé dos povos nos Mestres para o caminho interior que conduz ao
Tesouro Oculto de cada um de nós.
Os desafios são grandes, mas a
recompensa é muito maior. A serpente da Ilusão deve ser desmascarada. Os
donos da verdade, ser destronados. Deve-se contrariar a maioria acorrentada na
Caverna de Platão para passar pela Porta Estreita. É necessário vencer o temor
pela força do amor. Saber valorizar as convergências que somam e unem,
desconsiderando as divergências que dividem e enfraquecem.
Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto ilustrativa
É realmente um desafio muito grande abrir mão de tudo que achamos saber e partir para o grande desconhecido: Esse mundo cheio de mistérios! Ainda temos um grande caminhada. Vale a pena começar!
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