Um texto da escritora Eva Pierrakos,
autora do livro “O Caminho da Autotransformação” caiu-me nas mãos e passo a
transcrevê-lo.
“Se os sentimentos são tolhidos, o
amor não pode crescer.
Não considerando a religião, a
filosofia ou a doutrina que sigam, todos vocês sabem que o amor é a primeira e
a maior de todas as forças. Em última análise é a força única. Mas a verdade é
a seguinte: como você pode amar se não se permite sentir?
Isso significa permanecer não
envolvido pessoalmente, não arriscando o sofrimento, a decepção e o
envolvimento pessoal. Você pode amar de modo tão cômodo? Se você deixar
dormente a sua faculdade de sentir, como pode verdadeiramente experimentar o
amor? O amor é um processo intelectual? Ou é um sentimento que brota do fundo
da alma, um ardor de impacto que flui e que não pode deixá-lo indiferente e
intocado? Não é ele, antes de mais nada, um sentimento e não é só depois que o
sentimento é plenamente vivenciado e expresso que dele resultará a sabedoria, e
talvez mesmo a percepção intuitiva?
Como você espera chegar
à espiritualidade – e espiritualidade e amor são uma só coisa – não dando
atenção a seus processos emocionais? Você que agora segue este caminho e faz o
que é tão necessário irá inicialmente experimentar uma avalanche de sentimentos
negativos. Mas depois que esses tiverem sido adequadamente compreendidos e
tiverem amadurecido, sentimentos construtivos desenvolver-se-ão. Você sentirá o
ardor, a compaixão e o envolvimento bom como nunca imaginou ser possível. Não
se sentirá mais isolado. Começará a relacionar-se com os outros na verdade e na
realidade, não na falsidade e no auto-engano. Quando isto acontecer, uma nova
segurança e respeito por você mesmo se tornará parte de você. Você começará a
confiar e a gostar de si mesmo.”
Esse inspirado texto de Eva Pirrakos
nos faz parar e analisar. Ele nos mostra que a superficialidade de sentimentos
ou a couraça que muitas vezes nos colocamos, com a intenção de “não sofrermos”,
nos coloca à margem de todo um processo de amar. Será que vale a pena não
sofrer, nos entrincheirando, nos isolando para não sermos atingidos pelas
vicissitudes da vida?Pode ser que não sejamos machucados, mas por certo não
experimentaremos esse sentimento único, o maior de todos – o amor pleno e
desinteressado, o amor incondicional, o amor universal.
Para que possamos realmente
experimentar a plenitude desse amor universal é preciso que nos dispamos
de todas as nossas armaduras, que nos coloquemos em atitude receptiva diante da
vida. Muitas vezes nossa atitude é de pessimismo, negativismo. Não nos
lembramos de agradecer, de abrir nosso coração para as experiências, para os
sentimentos. O sofrimento faz parte de todo esse processo. Não podemos ter medo
de sofrer. Só damos valor àquilo que recebemos de bom da vida, se conhecermos o
outro lado. Ninguém sabe o que é a luz, se permanecer eternamente nas trevas,
pois estas nada mais são do que a ausência da luz.
Vamos dar uma oportunidade
à vida? Vamos nos colocar sem couraças e barreiras para aprender realmente
o significado do amor universal, essa primeira e maior de todas as forças?
Texto de Cecy Kirchner
Foto Ilustrativa
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