terça-feira, 30 de julho de 2013

A visão divina do homem Parte II



 Uma prova concreta de que é possível conquistar-se uma visão Verdadeira, através do esforço evolutivo, sempre foi dada pelos Grandes Guias da Humanidade, pelos mestres, santos e sábios de todas as épocas. De um modo geral, entendemos que existem dois modos de visão: a do homem comum que vive no mundo e a dos Seres Iluminados. Uma é limitada e imperfeita, pois vê apenas os efeitos exteriores da Realidade, e outra Divina, ou seja, completa, pura, perfeita, que vê os efeitos e também as causas.

     Pouco sabemos o que é a Visão Divina, mas podemos saber o que Ela não é. Vamos estudar o problema por eliminação. É impossível para nós sequer imaginarmos como pode ser essa Visão Divina, pois os recursos do homem comum estão limitados pelos sentidos materiais exteriores, nos falta desenvolver nossas faculdades superiores que todos nós temos em estado latente, como o discernimento, a intuição, a sabedoria e muitas outras que pertencem ao nosso interno Eu Superior.

     É neste ponto que a Sociedade Teosófica desempenha um papel muito importante para a humanidade, através de seus grandes objetivos que são: Estimular o estudo das Religiões, filosofias e ciências. Investigar as leis ocultas na natureza e as faculdades superiores latentes no homem. Tudo isso num ambiente de cooperação fraterna, sem preconceitos religiosos, raciais, políticos, etc.

     A Teosofia demonstra que esta Visão Divina da Vida pode ser conquistada por todas as criaturas que se propõem a um auto-aperfeiçoamento. Pelo estudo e dedicação, pode se conhecer melhor e se situar com mais precisão dentro dessa monumental Criação Divina. E isso é de fundamental importância porque nos dá um ponto de partida, uma referência inicial. As pessoas têm diferenças uma das outras, diferenças interiores muito profundas. Por isso, não existe um só caminho para subirmos a Montanha Evolutiva e vermos melhor o mundo.

     Como vimos em nosso exemplo, aquela Montanha simbólica está rodeada de caminhos por todos os lados. São diferentes entre si e, às vezes, até em lados opostos. Mas todos conduzem a um só objetivo: a Perfeição.

     Notamos então o quanto é importante o saber observar-se para escolher aquilo que é mais apropriado individualmente. Todas as tentativas feitas sem qualquer conhecimento de si mesmo podem criar uma desilusão, uma frustração e haverá um bloqueio para tentar uma melhor escolha.

     Saber observar é uma arte pouco cultivada nos dias de hoje. O que mais preocupa as pessoas é o contrário, ou seja, tornar-se notado, aparecer, destacar-se dos demais. A personalidade humana necessita muito disso para sentir-se valorizada, por não encontrar valores em si mesma, por falta de saber observar.

     Isso cria um círculo vicioso que quanto mais dura mais difícil será  romper essa prisão. Se há pouca observação no sentido de conhecer-se melhor, ou se faz isso de um modo muito superficial, tentando encontrar apenas falsos valores, com toda certeza haverá frustrações, faltam valores. Para compensar isso, vai procurar despertar a atenção de seus semelhantes para ser valorizada, usando de todos os meios possíveis para isso. Esse artifício tem efeito apenas superficial, além de tornar a criatura dependente sempre da opinião alheia. Sempre evitará ficar a sós consigo mesma para não ter que enfrentar a imagem falsa que formou de si mesma.

     Esta fraqueza humana é muito explorada pela propaganda negativa de nossos dias que influencia as pessoas a viverem sempre superficialmente, sobre valores falsos. Por exemplo: use isso e seja notado, apareça, seja valorizado, fume, beba, faça extravagâncias, consuma o máximo, etc.

     Portanto, o homem comum do mundo tem uma visão péssima de si mesmo e, conseqüentemente, isso cria insegurança em relação aos que o rodeiam. Existe sempre aquele receio disfarçado contra tudo. A desconfiança, mesmo que pequena, sempre existe nas pessoas. Uma palavra, um olhar, um gesto, é geralmente o suficiente para tomar uma atitude defensiva. Grande é a fragilidade criada pelos valores superficiais do materialismo, pelo desconhecimento do valor do ser humano como ele é na realidade.
Texto de Iran Kirchner
Foto Ilustrativa
   

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