Existem momentos em nossa vida em que
paramos para pensar. Nessas horas, o passado vem à tona como alicerce para a
avaliação. Que fizemos de nossa vida? Que fizemos daqueles dons que recebemos
ao nascer? Será que usamos corretamente todas as nossas potencialidades?
Se pudéssemos voltar no tempo e
começar a vida toda de uma maneira diferente, porém com a consciência que temos
hoje, seria uma verdadeira maravilha. Por certo, não cometeríamos nenhum erro,
faríamos tudo bem diferente... É, mas isso é impossível. A única coisa que
podemos fazer é voltar nossos olhos, examinar todas as nossas atitudes,
classificá-las e tentar não cometer mais os mesmos erros.
Como isso é difícil... Se
pararmos para pensar, veremos que em inúmeras ocasiões usamos nossa
inteligência e livre-arbítrio de forma incorreta. Atos impensados, muitas
vezes, geram mal estar, desconforto. Ímpetos momentâneos podem estragar todo um
conjunto de realizações de meses e meses de trabalho. Atitudes precipitadas
podem fazer desmoronar um verdadeiro “edifício” de “coisas boas”.
Quando crianças, agimos por impulso,
desobedecemos, fazemos birra, batemos o pé... Nossos pais nos contêm,
impondo-nos certos limites. Esses limites são necessários em toda a nossa vida
para que possamos saber até onde vão nossos direitos e onde começam os
direitos dos outros... Mas, ao que parece, não aprendemos muito bem essa lição
e continuamos, pela vida afora, a nos precipitar, a agir com imaturidade, sem
pensar nas pessoas que nos rodeiam.
Quase nunca – ou talvez nunca mesmo –
ligamos para um amigo só para perguntar se ele precisa de alguma coisa, de
ajuda, ou de um ombro amigo para chorar as mágoas... Usamos a desculpa: não
gosto de me meter na vida alheia! Desculpinha fajuta de quem é egoísta. É muito
mais fácil nos fecharmos em nós mesmos como uma concha. É mais fácil cuidar da
própria vida. E o outro?
Valores como solidariedade,
fraternidade, compaixão viraram meras palavras bonitas. Não mais as aplicamos
em nosso dia-a-dia... “A culpa é da vida moderna que não deixa tempo para
nada...” Outra bela desculpa. Quando se quer realmente, sempre sobra um
tempinho nos intervalos de nossos múltiplos afazeres, para olhar o que nos
rodeia. Quantas pessoas precisam de nossa ajuda, quantas pessoas choram sem ter
quem as console, quem as incentive. Não custa nada um sorriso amigo, uma boa
palavra. E quanto benefício podemos causar... Será que isso toma muito tempo?
Hoje, eu o convido para uma viagem
diferente – uma viagem para dentro de si mesmo. Volte à sua infância, veja
quanta coisa boa você aprendeu naquele tempo. Depois, veio a adolescência,
cheia de incertezas e indecisões. Os amigos daquela fase da vida por certo
ensinaram tantas coisas, algumas boas, outras nem tanto... E você, o que deixou
de marca por onde passou? Durante toda a sua vida você encontrou pessoas, se
relacionou com elas. Quais as lições que tirou de tudo isso?
É, não é fácil repensar a própria
vida. É mais fácil ver os erros dos outros. Muitas vezes vemos neles os nossos
próprios erros e não os reconhecemos. Em qualquer fase de nossa vida é válido
que façamos esse “repensar”. Rapidinho... Não se fixe nos erros, não se
martirize por tê-los cometido. Não basta procurar não cometer mais os
mesmíssimos erros. É preciso também ver as qualidades que podemos colocar no
lugar para substituir esses “espaços vazios”...
Estou certa de que você, depois desse
exame, vai se sentir muito melhor, muito mais feliz. Portanto, bola pra
frente...
Texto de Cecy Kirchner
Foto Cecy e Iran
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