terça-feira, 20 de agosto de 2013

A visão divina do homem (Parte IV)



 Eles ensinaram que toda criatura humana tem uma herança divina em si mesmo, em seu íntimo. Deixaram marcos indicando os caminhos que conduzem à  posse dessa herança. Esses caminhos são sendas de Evolução, de auto aperfeiçoamento. Não pode ser de outro modo. Se assim fosse Eles discordariam entre si. Eles nos mostraram diversos caminhos, mas todos convergem a um único ponto: a Perfeição. É necessário que se escale a Montanha da Perfeição; de que lado é a escolha de cada um.

     Outra mensagem é a da Unidade de toda a vida. Por exemplo: quando vamos até o alto de uma montanha, a vista é maravilhosa, tem-se uma visão global de tudo ao redor ao mesmo tempo, vemos a paisagem como um todo único. As diferenças vistas lá de cima não isolam um vale do outro, mas dão mais beleza ao conjunto que agora é visto perfeitamente interligado. Semelhantemente, a visão dos Seres Superiores é muito elevada e Eles nos ensinam que as diferenças e divisões são aparentes e que, na realidade, tudo o que existe forma uma Unidade só, indivisível, total.

     Cientificamente, já poderemos ter uma ligeira idéia disso. O Universo é  um Todo em movimento, com galáxias, sistemas solares, planetas, etc., tudo interligado com precisão e equilíbrio.

     Outra prova disso reside no fato de já nos preocuparmos, em nível mundial, com o planeta onde estamos, tudo o que acontece em qualquer lugar, por mais distante que seja, tem influência positiva ou negativa sobre tudo, seja mineral, vegetal ou animal.

     Mesmo que seja impossível aceitar esta Infinita Unidade onde estamos, por questões particulares, deve-se tentar, pois talvez, com isso, os caminhos sejam menos acidentados.

     Nos é difícil tentar ver essa Unidade plenamente pelo nível de nossa visão e notamos o quanto é importante a conquista de uma visão mais Real, mas Divina, Perfeita.

     Uma outra instrução dada pelos Grandes Seres para aproximar-se mais da Visão Divina do homem e da natureza é pela busca do Criador, a procura de Deus. Mas não se limitar a encontrá-lo dentro de uma Igreja ou em livros sagrados ou em orações apenas, mas na própria natureza, nos minerais, vegetais e nos animais.

     Na realidade, nós estamos contidos em Deus, nada pode existir fora dele. Tudo o que nos rodeia é um reflexo de Sua Presença. Ele está presente em tudo, mas não é limitado por coisa alguma. Por isso, é impossível qualquer descrição. Os livros sagrados afirmam que quem O percebe não consegue defini-Lo. Portanto, qualquer ponto de vista pessoal sobre Ele deve ser abandonado como uma bagagem inútil que impede de senti-Lo como Ele é realmente e como Ele quer ser visto.

     A procura do Criador em tudo também é um caminho para se conquistar aquela Visão Divina do Homem.

     Isso não deve ser uma coisa fácil de fazer normalmente, a não ser em casos especiais.

     Por exemplo, na natureza, os rios, as montanhas, o céu, os animais sempre nos trazem uma sensação mais forte da proximidade do Criador. Uma criança, um Santo, um Mestre, um Sábio também nos trazem a recordação de Deus, nos aproximam ainda mais d'Ele. Mas, quando observamos as pessoas de um modo geral, temos dificuldades enormes. Existem filtros densos que nos tiram aquela naturalidade própria das crianças e dos idosos. No entanto, o ser humano na criação é a expressão máxima do criador. Talvez seja nossa própria insegurança que nos faz procurar defeitos em nossos semelhantes e não as qualidades. Se existem dificuldades em achar valores reais em si mesmo, é natural que essas dificuldades aumentem, tratando-se do próximo. (Fim)
Texto de Iran Kirchner
Foto Ilustrativa 

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