quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Ninguém é dono da verdade!



     Quatro cegos caminham juntos por uma estrada, num país estranho. No trajeto, ouviram um caminhão de som que anunciava a chegada de um circo. Movidos pela curiosidade, procuraram o treinador pedindo explicações sobre o elefante, animal que desconheciam.

     Foram levados até o animal:

     – Venham sem medo, toquem e tirem suas próprias conclusões.

     Cada um dos quatro cegos apalpou o grande animal. O primeiro tocou a tromba; o segundo, uma das pernas; o terceiro, a barriga e o quarto a cauda. Agradeceram ao treinador e continuaram a viagem, contentes com a descoberta.

     Falou, então, o primeiro aos demais:

     – Interessante o elefante, é uma grossa mangueira que sopra pela ponta.

     O segundo retrucou:

     – Nada disso, ele é uma grande coluna.

     O terceiro falou:

     – Vocês não conhecem um elefante. Eu é que sei. O elefante é uma enorme bacia, maior que os meus braços esticados.

     O quatro cego, indignado com tanta exaltação sobre o elefante, falou:

     – Não achei nada demais naquele animal, parece uma simples corda com pêlos na ponta.

     E assim continuaram discutindo sobre o elefante, segundo suas experiências limitadas.

     Quantas vezes nos comportamos, na vida, como esses cegos. Vemos tudo segundo nossa limitação pessoal e não queremos mudar nossos conceitos e preconceitos. Tudo em nome de nossas idolatradas personalidades.

     Sofremos com isso pois os choques são inevitáveis. Ninguém é dono da verdade. Estamos sempre aprendendo com tudo o que nos acompanha nesta viagem pela vida. Os mais sábios sempre têm algo mais para aprender e os mais simples sempre têm algo para ensinar. Se os quatro cegos aceitassem suas limitações poderiam compartilhar suas experiências e aprender juntos. O compartilhar elimina a competição egoísta e doentia e produz bons frutos para todos.

     O quão prazerosa seria a nossa viagem pela vida se desarmássemos nosso espírito contra os nossos semelhantes e até contra nós mesmos. O medo nos impede de sermos naturais, espontâneos e verdadeiros. Somos partículas de uma INFINITA VERDADE. Aprendendo a respeitar a partícula de verdade dos outros, poderemos ser mais felizes e mais integrados ao TODO.
Texto de Cecy Kirchner
Foto Ilustrativa 

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