Quatro cegos caminham juntos por uma
estrada, num país estranho. No trajeto, ouviram um caminhão de som que
anunciava a chegada de um circo. Movidos pela curiosidade, procuraram o
treinador pedindo explicações sobre o elefante, animal que desconheciam.
Foram levados até o animal:
Cada um dos quatro cegos apalpou o
grande animal. O primeiro tocou a tromba; o segundo, uma das pernas; o
terceiro, a barriga e o quarto a cauda. Agradeceram ao treinador e continuaram
a viagem, contentes com a descoberta.
Falou, então, o primeiro aos demais:
– Interessante o elefante, é uma
grossa mangueira que sopra pela ponta.
O segundo retrucou:
– Nada disso, ele é uma grande coluna.
O terceiro falou:
– Vocês não conhecem um elefante. Eu é
que sei. O elefante é uma enorme bacia, maior que os meus braços esticados.
O quatro cego, indignado com tanta
exaltação sobre o elefante, falou:
– Não achei nada demais naquele animal,
parece uma simples corda com pêlos na ponta.
E assim continuaram discutindo sobre o
elefante, segundo suas experiências limitadas.
Quantas vezes nos comportamos, na
vida, como esses cegos. Vemos tudo segundo nossa limitação pessoal e não queremos
mudar nossos conceitos e preconceitos. Tudo em nome de nossas idolatradas
personalidades.
Sofremos com isso pois os choques são
inevitáveis. Ninguém é dono da verdade. Estamos sempre aprendendo com
tudo o que nos acompanha nesta viagem pela vida. Os mais sábios sempre têm algo
mais para aprender e os mais simples sempre têm algo para ensinar. Se os quatro
cegos aceitassem suas limitações poderiam compartilhar suas experiências e
aprender juntos. O compartilhar elimina a competição egoísta e doentia e produz
bons frutos para todos.
O quão prazerosa seria a nossa viagem
pela vida se desarmássemos nosso espírito contra os nossos semelhantes e
até contra nós mesmos. O medo nos impede de sermos naturais, espontâneos e
verdadeiros. Somos partículas de uma INFINITA VERDADE. Aprendendo a respeitar a
partícula de verdade dos outros, poderemos ser mais felizes e mais integrados
ao TODO.
Texto de Cecy Kirchner
Foto Ilustrativa
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