O mundo está passando por
transformações e nós não podemos ficar parados, estacionados, apenas esperando
ser impulsionados em nossa evolução pelas dores, pelo sofrimento, pelos
problemas. É necessário que entendamos o que eles significam em nossa vida,
qual a lição que nos trazem. É preciso que nos fortaleçamos com a fé, a
paciência, o amor. Eles são o remédio para todos os nossos males.
Precisamos sair de nossa estreita
visão dos problemas que nos afligem e olhar a estrada já percorrida. Por
certo, ao final dessa estrada, todas as nossas dores se tornarão apenas
pontinhos em nossa evolução.
Certa ocasião, uma pessoa muito
especial me mostrou uma folha de papel em branco. No centro da folha, um ponto feito com
uma caneta. "O que você está vendo aqui?", perguntou.
Imediatamente respondi: "Um ponto!" E a lição veio logo a seguir:
"Observe o tamanho da folha. Ela está toda em branco, com apenas um
minúsculo ponto no meio. Essa folha representa toda a sua vida. O pontinho
representa os seus problemas. Por que você não escreve nessa folha aproveitando
o pontinho como um pingo de um “i”?"
Assim é a nossa vida. Os
problemas são tão pequenos em relação à grandiosidade da vida que podemos
muito bem aproveitar e extrair, desses mesmos problemas, as lições que sirvam
para nossa evolução.
Quando algo me aflige, quando tudo
está confuso, caótico, procuro lembrar da folha em branco e utilizar o
pontinho. Aos poucos vou me acalmando e vejo a real dimensão do pontinho, dos
problemas.
Tenho observado que para muitos o
sofrimento se torna um fardo quase impossível de carregar. Eles não percebem o
verdadeiro significado de nossa existência. Perguntam por que nasceram, por que
vivem, por que vão morrer um dia. Mas não sabem responder a tantas indagações.
Dessa forma, não dão o devido valor à sua essência, que não é material. Sua
alma, seu espírito ficam relegados a um segundo ou terceiro plano. Primeiro vêm
os bens materiais. O desrespeito, a falta de valores morais torna muito difícil
a convivência entre os seres. Os vícios vão crescendo, a violência toma conta.
Em conseqüência, aparece o desequilíbrio entre as leis que nos cercam e a
maneira como as pessoas vêem essas leis.
Acho que podemos afirmar que os
sofrimentos resultam da incompreensão da nossa real essência, do fato de não
entendermos que somos seres em evolução. Sentimentos como orgulho, egoísmo,
acomodação e indiferença são fatores que nos impedem de conhecer nossa
verdadeira essência, impedem nosso aprendizado.
Muitas pessoas vivem o aqui e o agora,
prendem-se aos bens materiais, a valores efêmeros, passageiros. Isso pode lhes
trazer o bem estar humano, o reconhecimento social, mas não atingem a sua
consciência espiritual, o seu EU real. Aí vem a insatisfação, a depressão.
Somente os valores espirituais nos
trazem um lastro para que possamos enfrentar o dia-a-dia. Buscamos fora de nós
a razão para nossos problemas. Mas, a solução para eles não está no mundo que
nos cerca, e sim em nosso interior. Nosso Pai Celestial não é um pai carrasco,
prepotente. Ele não nos pune, não nos castiga. Ele nos manda, com um infinito e
incondicional amor, as lições para que possamos aprender, com nossos próprios
esforços, as leis naturais que nos encaminham para um despertar espiritual.
Somente esse despertar, aliado ao nosso esforço é que pode nos levar à luz, à
comunhão com o Pai.
Assim, com ações, palavras e
pensamentos construímos a liberdade de luz e amor ou o cativeiro das dores e
sofrimentos. É nossa a decisão. Tanto podemos construir a calma como a
aflição, a luz que ilumina nosso caminho ou a sombra que nos deixará perdidos.
Acredito que é muito melhor
escolher o caminho da luz... usando nosso livre arbítrio. A
decisão é só nossa...
Texto de Cecy Kirchner
Foto Ilustrativa
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