terça-feira, 1 de outubro de 2013

Não viemos a passeio...


     Muitas vezes ouvimos alguém dizer que a vida não vale a pena ser vivida. Pessoas se sentindo derrotadas são mais comuns do que possamos imaginar. E esses conceitos derrotistas se fazem presentes em nosso dia-a-dia. Precisamos tomar muito cuidado para não sermos contaminados por esses conceitos.

     Todos nós que hoje nos encontramos no planeta Terra, não estamos aqui por acaso e nem a passeio. Todos nós viemos com uma missão a cumprir. O importante é descobrirmos qual é essa missão,
esse objetivo de nossa vida. E também não adianta nada dizer que não pedimos para nascer, porque isso é uma grande mentira. A vida não é um acidente, é uma opção, uma escolha.

     Observamos que todos procuram, cada um a seu modo, ser felizes. Há os que se preocupam apenas com os bens materiais, acreditando que isso é  o que os fará felizes. Há os que acreditam que a vida terrena é o fim de tudo e, por isso, procuram tirar o maior proveito dela. Mas, ao lado deles existem também aqueles que sabem com certeza que não vieram a passeio, mas sim com o objetivo principal da evolução espiritual. E parece que esse número está, aos poucos, aumentando.

     É interessante observar que muitos jovens estão parando para pensar no autoconhecimento, nos meios a empregar para sua própria evolução. Mesmo entre o aparente caos em que nos encontramos atualmente, muitos buscam um poder superior que os motive nessa incessante busca.

     Ao nos depararmos com certas situações em nossa vida, vemos que existe uma força, um poder superior – seja ele chamado de Deus, Buda, Jeová, não importa o nome – que nos ampara e nos dá forças para que encontremos nossos próprios caminhos. Realmente, se não acreditamos em nada, se achamos que a vida é curta, vazia e só terrena, não há nela um objetivo. Viver para quê? Uma vida assim, vazia, oca, só pode mesmo trazer sofrimento. E nos causa apenas pena quando ouvimos alguém dizer que a vida não vale a pena ser vivida...

     Pare um pouco seus afazeres, seu corre-corre diário e observe uma flor, um pássaro, um cãozinho. Escute quanto é lindo o canto de um pássaro, veja que leveza ele carrega em suas asas... Observe seu animalzinho de estimação enquanto brinca ou mesmo quando está dormindo. Veja em seus olhos o brilho da felicidade, porque ele é um ser perfeito, está cumprindo muito bem sua missão na terra: alegrar seu dono... Olhe para uma flor do jardim. Sinta a maciez de suas pétalas, observe a perfeição de suas formas. Qual é o objetivo dela? Certamente, enfeitar a vida, tornar as pessoas mais humanas, mais felizes... Sente em frente do mar. Veja suas ondas, observe quando elas quebram na praia, inundando de branca espuma, a areia. Que paz, que tranquilidade ele nos traz. Qual é o objetivo do mar? Simplesmente ficar indo e vindo num movimento incessante? Certamente, não. Ele é fonte de vida para muitos seres.

     O prazer que encontramos nessas pequeninas coisas que nos cercam nos traz a certeza de que não viemos mesmo a passeio e de que não estamos sós, que podemos sempre encontrar um poder superior que está sempre velando por nós. A comunhão com esse ser superior é que nos dá a verdadeira felicidade, objetivo de nossa vida e caminho para nossa evolução espiritual. Não são as riquezas materiais que nos levam à felicidade. Vemos, inúmeras vezes, pessoas ricas, que têm tudo – casas, carros, iates, joias, dinheiro – e que, ao final da vida, se perguntam: o que estou fazendo aqui?

     As filosofias orientais nos dizem que o ser humano foi feito para ser feliz. Na minha opinião, o importante é saber os meios que nos levam a essa felicidade. Acredito que a felicidade é construída de pequenos momentos, de vivências, de experiências compartilhadas... De que adianta a riqueza sem a paz? Eu garanto que esses derrotistas, esses desesperados dariam tudo para experimentar a verdadeira felicidade. E eles, certamente, também não vieram a passeio. Somente não souberam ver o lado bom das coisas, a beleza da vida...
Texto de Cecy Kirchner
Foto Ilustrativa 

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