segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A unidade da humanidade e a paz mundial - Parte I


      O gênero humano não é um elemento à parte neste planeta. Ele está interligado a tudo o que existe, desde os elementos minerais, vegetais, animais, gazes atmosféricos, energias e tudo o mais. O homem forma com a Natureza um conjunto inseparável, pois é graças à ela que ele se formou e se mantém. A natureza é um bem comum de todos e não apenas do gênero humano. Temos que usá-la e dividi-la com os animais e vegetais, para que o equilíbrio do conjunto não se quebre.

      Entretanto, o que observamos hoje é um fato muito lamentável, mesmo entre o Gênero Humano, na Humanidade, não existe o bom senso para o uso equilibrado das riquezas naturais. Como pode haver respeito à Vida em todas as espécies da Natureza, se a espécie humana não se respeita, nem mesmo entre si? Ou será que temos a capacidade de construir um outro planeta para morarmos após destruirmos este? Se não aprendemos ainda a preservar, muito menos poderemos criar!

      Portanto, a Unidade entre o Gênero Humano é uma necessidade premente, para que a Vida da Natureza não seja ameaçada. A Natureza é uma Unidade completa com seus recursos e suas defesas próprias; é como se fosse um corpo vivo. Assim como o nosso corpo físico tem seus recursos para a auto-preservação, a Natureza também tem, mas em grau muito maior. Quando temos uma parte de nosso corpo doente, sem possibilidade de cura, nós a retiramos para não perdermos a vida. Não será o gênero humano uma parte enferma no corpo da Natureza? E esta enfermidade pode ser curada? Ou vamos deixar como está para ver como fica?

     Cada um de nós pode estar pensando agora que nada pode fazer e que isso é responsabilidade única dos governantes, dos políticos, etc. Mas será mesmo assim? Ou agimos assim para fugirmos da questão e voltarmos à nossa comodidade apenas aparente?

     Vamos analisar o problema um pouco melhor.

      A falta de Unidade na Humanidade e a conseqüente falta de Paz Mundial decorrem do fato das Nações não estarem em equilíbrio dentro de si mesmas. Umas menos e outras mais, mas todas atuam no conjunto, positiva ou negativamente.

      Cada Nação é formada pelos seus Estados que, da mesma maneira, são parcelas integrantes e influem no todo.

      Um Estado é formado de Municípios, os Municípios de Comunidades, as Comunidades são formadas por muitas famílias, e se compõem de pessoas de todas as idades, todas as raças, todas as religiões, etc.

      Essas pessoas somos nós, que aqui estamos, que estão lá fora.

      Cada um de nós tem a responsabilidade pela falta de Unidade em toda a Humanidade, e é proporcional à falta de unidade que trazemos em nós próprios. Eis a raiz do problema: a falta de equilíbrio de paz em nós mesmos, criaturas humanas, provoca a desunião na Humanidade e a Paz Mundial se torna precária. É neste ponto de deveremos voltar nossa atenção e trabalhar para resolvê-lo, e não apenas combatendo os efeitos que são milhares: os males sociais, a marginalidade, a fome, a discriminação entre as raças, as religiões e todos os males que existem, mas, encarando o problema onde tem suas raízes, no desequilíbrio da criatura humana, na falta de unidade do homem.

      A maioria pode pensar que a transformação da Humanidade não depende apenas de si mesmo, e nada pode fazer para isso. E realmente se acha que não pode e não quer enfrentar a questão em si mesmo, nada pode fazer pelos outros e terá que suportar todas as conseqüências pela sua cumplicidade pela situação atual e pelo que poderá vir a acontecer no futuro. A omissão passiva diante de um fato nos torna co-autores e responsáveis por ele. Temos que ser racionais e coerentes com a nossa maneira de ser e assumirmos nossa posição ativa onde quer que estejamos pois, querendo ou não, somos parcelas desta Humanidade.

      Mas, onde está essa falta de unidade na criatura que gera a perda da paz, da tranqüilidade e da felicidade? Para isso, teremos que começar por um estudo mais profundo de nossa própria natureza. É necessário que conheçamos a nós próprios, não apenas aquele aspecto físico superficial que cuidamos até com exagero, mas também o mundo de nossas emoções, de nossos pensamentos. Pois se não nos conhecermos melhor, nada podemos fazer por nós próprios e muito menos ainda pelos outros.

      Já  notamos que, apesar de sermos uma simples pessoa humana, uma pequena unidade, por assim dizer, temos muitas coisas dentro de nós. E se estas nossas partes não estiverem em equilíbrio entre si, haverá uma desarmonia interior, e ela vai nos tirar a paz, a tranqüilidade, a saúde e a felicidade. É o que temos em nós que vai ser jogado para fora. Um copo com água não fornecerá leite nem mel, mas apenas água. Se existe intranqüilidade em nós, ela se espalha à nossa volta e atinge o nosso próximo, nossa família, nosso Estado, nossa Nação e toda a Humanidade. É inacreditável, mas assim acontece. Quantas vezes nós nos sentimos pior diante de outras pessoas e também melhor pela presença de outras?
Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto Ilustrativa

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