Mais um ano chega ao fim. Festas e
mais festas, comilanças daqui e dali, muitas bebidas. Será que isso
é Natal?
Mais do que um momento de festejar o
ano que passou é hora de reflexão. É a época em que paramos para pensar em tudo
o que se passou durante o ano, em todas as conquistas, naquilo que ficou para
trás, no que deixamos de fazer, no que fizemos em excesso...
Existe uma conhecida e antiga música
natalina, de Assis Valente, que diz:
"Eu pensei que todo mundo
"Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
Ou então felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem.
Papai Noel, vê se
você tem."
Certamente você já ouviu
milhares de vezes essa música. Ela embalou muitos natais em minha vida. E a
letra dessa música é muito inspirada. Chega a ser um apelo de um coração
triste que anda em busca da tão esperada felicidade.
Quantas pessoas, em meio a tantas
comemorações, se queixam de infelicidade, de solidão, de abandono. E pedem ao
seu Papai Noel um pouco de felicidade. Mas o que significa para elas a
felicidade? Será que é um carro novo, uma roupa, um objeto de consumo, dinheiro?
Se pedimos com tanto empenho essa dita-cuja felicidade, precisamos saber o que
ela significa. Ou então, achamos que Papai Noel com certeza já morreu, pois não
traz aquilo que pedimos.
Parece que a humanidade, em meio a
tanto consumismo, tanta festa, esquece o principal: o sentimento. O
agradecimento, o espírito de fraternidade, a solidariedade, a fé são
sentimentos um tanto esquecidos. Achamos, muitas vezes, que por não termos
materialmente tudo que queríamos, estamos infelizes. Como se a felicidade fosse
uma decorrência de realizações materiais.
Por que aqueles que têm tantos bens
materiais não lembram dos pobres necessitados, daquelas crianças que olham
tristes para uma mesa vazia? Por certo, se o espírito de fraternidade estivesse
presente, com sua doação elas receberiam a tão almejada felicidade. Aquela
felicidade que vem de dentro, que brota espontaneamente de um sentimento
harmonioso, um sentimento nobre.
A verdadeira felicidade é saber
mostrar-se agradecido por tudo aquilo que recebemos, desprender-se das coisas
materiais e saber dar o devido valor àquilo que tanto recebemos, todos os dias.
Saber agradecer e não pedir. Agradecer até por aquilo que ainda não temos mas
que, por certo, virá como decorrência de nossa realização espiritual. O que
importa é o nosso crescimento interior, pois foi para isso que viemos a este
mundo.
Gostaríamos de desejar a todos,
independentemente de credo, raça, posição social, um Natal com muita paz, um
Natal onde todos possam sentir junto de si o carinho, o amor, a compreensão,
enfim, a verdadeira felicidade.
Feliz Natal...
Texto de Cecy Kirchner
Foto ilustrativa
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