As verdadeiras amizades são nosso
tesouro. Cultivar boas e sinceras amizades ao longo de nossa existência é uma
arte que requer muita compreensão e sabedoria. Quando falo em amizade, não
estou me referindo a conhecimentos eventuais, amizades superficiais... Para
mim, amizade é muito mais do que isso.
A amizade é cultivada a cada dia,
a cada novo encontro. Amizade pressupõe, principalmente, o respeito mútuo.
Muitas vezes vemos pessoas dizerem que fulano é seu amigo, mas, ao mesmo
tempo em que afirmam isso, estão falando de seus defeitos, de seus erros. Ser
amigo não quer dizer ignorar os defeitos do outro, mas sim aceitar a pessoa
como ela é, sem julgar, sem recriminar. Quem somos nós para julgar o nosso
semelhante? Palavras muito sábias: quem não tem pecado atire a primeira pedra.
E precisamos também lembrar que não
somos donos da verdade. A minha “verdade” é bem diferente da verdade do outro.
A verdade é uma só, apenas a vemos de diferentes ângulos, não cabendo a nenhum
de nós afirmar que ela é assim ou assado.
Tenho grandes amigos, isso eu posso
afirmar. Amigos de diversas religiões, de diversas profissões, não importa o
credo ou a raça, mas amigos mesmo em quem eu posso confiar. E a base de nossa
amizade é sempre o respeito mútuo. Não discutimos religião, não falamos mal dos
outros, não nos reunimos para jogar conversa fora, como se diz. Cada vez que
encontramos bons amigos, procuramos eternizar todos os momentos, com conversas
realmente proveitosas, que nos tragam conhecimento, bem estar e, sobretudo,
muita paz interior.
Há algum tempo, recebi um texto
que achei muito importante. Ele fala das pessoas que são um “presente” em nossa
vida. Gostei tanto que vou transcrevê-lo:
“As pessoas são um presente. Vamos
falar de gente, de pessoas. Existe, por acaso, algo mais espetacular do que
gente? Pessoas são um presente!
Algumas vêm em embrulho bonito, como
os presentes de Natal, Páscoa ou festa de aniversário. Outros, vêm em embalagem
comum, há as que ficam machucadas no correio... e de vez em quando, chega
uma registrada. São os presentes valiosos.
Algumas pessoas trazem invólucros
fáceis de abrir, enquanto outras é dificílimo, quase impossível tirar a
embalagem. É fita durex que não acaba... Mas a embalagem
não é presente, porém tantas pessoas se enganam, confundindo a
embalagem com o presente. Também você, amigo, eu também, somos um presente de
Deus para os outros, Você para mim e Eu para Você. Triste se fôssemos
apenas um ‘presente embalagem’: muito bem empacotados e quase sem nada lá
dentro! Quando existe um verdadeiro encontro com alguém, no diálogo, na abertura,
na fraternidade, deixamos de ser mera embalagem e passamos à categoria dos
presentes reais.
Nos verdadeiros encontros de
fraternidade, acontece alguma coisa muito essencial: mutuamente vamos
desembrulhando, desempacotando, revelando, no bom sentido, é claro.
Você já experimentou essa
imensa alegria da vida? A alegria profunda que nasce do recôndito de uma alma,
quando duas pessoas se encontram, se comunicam, virando presente uma para a
outra?
Conteúdo interno é o segredo para
quem deseja tornar-se presente aos amigos e não apenas embalagem... a minha
embalagem pode não ser tão bonita, mas o conteúdo pode ser um verdadeiro
presente...” (Mon Liu)
Posso afirmar sem medo de errar:
recebi muitos presentes em minha vida, mas os amigos são o meu verdadeiro
tesouro.
Texto de Cecy Kirchner
Foto Ilustrativa