quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A grande corrente evolutiva!

    Um imenso rio segue serenamente seu curso rumo ao oceano. Pequenas embarcações com apenas uma pessoa navegam nesse rio. São barcos individuais que flutuam na grande corrente que ira desaguar nas águas infinitas. Muitos pilotos, confusos com seus instrumentos de navegação, tentam uma rota contrária à grande corrente do rio. Desgastam suas energias em atritos constantes, pois navegam contra a corrente e os choques são inevitáveis. 


Uma segunda parte dos navegadores – a grande maioria – já aprendeu a não se opor à correnteza, mesmo desconhecendo para onde são levados.
Sem o objetivo maior, que é o oceano, seguem rumos particulares, navegam em ziguezague na corrente, e também se chocam entre si, surgindo os atritos e as confusões entre eles. 

Um terceiro grupo de navegadores, um grupo bem pequeno, já percebeu o sentido do rio e seu objetivo. São hábeis navegadores, sabem ajustar seus instrumentos de navegação e não desperdiçam energias com objetivos alheios à meta principal – o oceano. Conhecem o curso correto e as dificuldades a serem encontradas. Confiam na grande corrente do rio e somam seus valores a todos os que têm o mesmo propósito.

     Todos nós somos navegadores dentro da Grande Corrente Evolutiva da Vida. Somos consciências encarnadas ou embarcadas em nosso corpo material, que é o nosso instrumento de evolução e que possui os talentos necessários para nossa jornada evolutiva. Temos que ser responsáveis pelo uso e pelos ajustes nesses recursos que recebemos: a mente clara e bem orientada para ter o discernimento do que se passa em nós mesmos e ao nosso redor, emoções serenas e elevadas sintonizadas com um propósito maior e um corpo saudável para resistir à intempéries da jornada. Quando confundimos os nossos meios e recursos de evolução com a finalidade da própria evolução, criamos as resistências, os bloqueios e os desvios da nossa jornada individual.

     Se confundirmos nossa consciência, nossa alma, com os instrumentos e meios materiais, iremos investir nossas energias apenas no materialismo e sofremos o desequilíbrio conseqüente. Estamos em nossos corpos, somos seus condutores para um propósito maior. O corpo é um meio transitório para a evolução, mas nós, como consciências, continuamos sempre.

     Temos três escolhas, como as dos três grupos de navegadores da nossa parábola inicial. Primeiro, poderemos ignorar a grande corrente evolutiva cósmica e nos opormos a ela, tentando impor nossa vontade estreita e egoísta contra tudo e contra todos. Obteremos algum resultado passageiro, mas a catástrofe será inevitável. A história é farta em exemplos da ruína de homens e impérios que investiram apenas no TER, nos meios e esqueceram do SER, a evolução da consciência, da alma.

     Segundo, podermos seguir a imensa maioria, viver pelo viver e nada mais, navegar pelo simples navegar. Desgastamos nossos talentos em frivolidades materiais e passageiras, trocando de objetivo a todo instante, em ziguezague pela vida, não sabendo o que queremos e muito menos por que existimos. As coisas materiais podem estar às mil maravilhas, mas serão sempre insuficientes para aplacar nossa fome, nossa ganância. É o sinal do clamor de nossas consciências, de nossas almas famintas de evolução e esclarecimento.

     A terceira escolha é, sem dúvida, a melhor, a mais coerente com o processo evolutivo amplo e não restrito e desequilibrado. Os Grandes Mestres da Humanidade deixaram indicativos de rotas seguras e precisas a todos os navegantes que buscam o Grande Oceano, a Terra da bem-aventurança, o Paraíso Perdido. Certas aferições são necessárias em nossos talentos de evolução. A ciência e a religião devem abdicar das pompas de “donos da verdade” e caminhar juntos, em compartilhar valores convergentes e não enfatizar pormenores conflitantes que dividem e desagregam. 

Somos aprendizes da Grande Jornada Evolutiva, evoluímos juntos e com tudo o que nos envolve.

Texto de Iran Waldir Kirchner 
Foto Ilustrativa


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