terça-feira, 28 de outubro de 2014

Auto-realização pelo amor. (Parte final)

LIBERTAÇÃO 
      É uma conseqüência da Auto-realização, paralela; a medida o apego ao exterior pela busca interior, aquelas correntes que já falamos se tornam elásticas e menos pesadas (corpos).


ILUMINAÇÃO 

      Na medida em que nos afastamos da ignorância sobre nós mesmos, ou seja, quanto menos acreditarmos que somos apenas um corpo físico, com desejos e apegos, haverá mais aproximação com nossa Real Identidade e a sua luz vencerá melhor as resistências e será percebida no exterior.

OS CAMINHOS 

      Já  tivemos muitas oportunidades de ouvir sobre os diferentes caminhos de evolução para a Auto-realização, como por exemplo, a devoção, a caridade, o conhecimento, disciplinas físicas, mentais, etc.
      Na realidade, todos eles estão interligados entre si e se completam com equilíbrio. Mesmo que tenhamos preferência por um deles em particular, temos que aprender a usar os recursos que todos eles oferecem.
      Todos eles têm em comum um ponto importante: desfazer a identificação aferrada ao nosso ego material exterior e estreitar os laços com nosso verdadeiro Eu.
      Pelo amor a Deus e aos nossos semelhantes, há o desapego. Pelo conhecimento, desmascaramos a falsa identidade e nos aproximamos da verdadeira. Pela disciplina física e mental, impomos aos corpos inferiores normas para um controle eficiente para diminuir sua resistência a propósitos mais elevados. 

OBSTÁCULOS 

      Vamos, agora, falar um pouco sobre os obstáculos, as dificuldades que nos separam destes nossos ideais máximos chamados de REALIZAÇÃO, LIBERTAÇÃO ou ILUMINAÇÃO.

      O primeiro deles, talvez o maior, é a ignorância de si mesmo. Pode-se comparar a criatura humana de modo geral a um prisioneiro milenar, que já está preso há tanto tempo que não se recorda mais do que é a liberdade. O homem já acostumou-se tão bem às correntes que o prendem à matéria que não acredita que haja coisa melhor para si mesmo e, com esse esquecimento de si mesmo como um ser com direito à liberdade, acomoda-se com resignação à sua prisão. E na inútil esperança de encontrar alguma felicidade nesta prisão, a criatura busca tornar a prisão mais confortável, mais acolhedora. Pinta as paredes de sua cela, doura as correntes que o prendem. Enfim, ele faz uma completa remodelação do seu presídio e, com isso, ele tenta se convencer de que tem liberdade e é feliz com isso. Mas, na realidade, uma prisão, mesmo que tenha grades de ouro, paredes de mármore, roupas de sede, será sempre uma prisão.

      É geralmente o que acontece no mundo, ou melhor, nesta grande penitenciária chamada Terra. Pelos milênios que aqui estamos, já nos esquecemos o que seja a LIBERTAÇÃO. Estamos sempre a reformar, dourando, colorindo, polindo e isso gera sempre mais apego aos nossos cárceres individuais – o corpo com tudo que o rodeia. É esta uma das razões pelas quais os Mestres aconselham tanto a prática do desapego. Se o homem fica agarrado com as correntes, por mais que Eles indiquem caminhos para a Libertação, será inútil.

Texto de Iran Waldir Kirchner 
Foto Ilustrativa


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