REALIZAÇÃO
Quando ouvimos a palavra
auto-realização sempre nos vem à mente algo que possamos construir, formar
ou fazer aparecer. Isso tem sentido se tratando de algo que esteja encoberto,
escondido. Por exemplo, alguém que tenha perdido a memória e esquecido sua
própria identidade. Ele seria o mesmo, mas assumiria um outro nome, formaria
uma outra vida ao seu redor e com tudo diferente, pois seus laços de origem
foram partidos.
Essa pessoa teria uma outra personalidade, não a verdadeira,
mas uma personalidade ilusória. Se houver muita afeição com sua nova
identidade, terá mais dificuldade em se reencontrar. Mas, na medida em que
houver uma conscientização de que algo não está como deveria, surgindo certas
incógnitas do passado, começará um processo interior para separar-se de sua
falsa identidade e assim surgir, de forma natural, aquilo que era realmente.
Transportando isso para o nosso caso,
sabemos, por exemplo, que a Centelha Eterna em nós, ao mergulhar nos planos
mais baixos da criação, revestiu-se de veículos mais densos como meios de agir
nesses planos. Inevitavelmente, houve identificação com esses envoltórios e,
com isso, o esquecimento de sua própria identidade de origem.
Com o passar do tempo, esses corpos ou
envoltórios foram evoluindo, como é natural. O ser humano de hoje é um veículo
bastante evoluído para o plano material, o raciocínio está desenvolvido e aí
começam a surgir as indagações sobre si mesmo, sua origem, etc. Nota-se que
falta alguma coisa mais além do que vemos pelos sentidos comuns. É o ponto onde
pode começar um afrouxamento do apego com a falsa identidade que assumimos com
relação aos nossos corpos.
Inicia-se então uma busca mais
profunda, procuramos indicações de rumos a seguir, nos cercamos de recursos
para começar uma viagem de volta para reencontrar uma identidade esquecida.
Este é o objetivo e o sentido do que se chama Auto-realização.
Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto ilustrativa
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