segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Do conhecimento à sabedoria

 Introdução (Parte II)
     
 Se imaginarmos um atleta com um ótimo físico e as emoções bem desenvolvidas, mas com pouco ou nenhum raciocínio, veremos que não terá chance de vencer. Temos aqui o papel fundamental da Mente. É só através da mente, do raciocínio cada vez melhor, que nosso atleta poderá saber como fazer treinamentos cada vez melhores, observar suas deficiências e corrigi-las, usar todos os recursos ao redor.

      Da mesma forma, a Mônada (Espírito e Alma) teve a necessidade de criar um corpo mental para disciplinar e coordenar o físico e as emoções, e assim, aperfeiçoá-los ainda mais. Desse modo, cada músculo, cada fibra física, cada emoção ou sentimento, estarão bem afinados e prontos a desempenhar suas funções com perfeição.

      Podemos comparar isso também com uma orquestra em formação, os instrumentos serão partes do corpo físico, cada um com uma função. Os instrumentistas seriam as emoções, os sentimentos. O maestro, que procura treinar os músicos, seria a mente.

      Vamos agora imaginar o nosso atleta já completo: tem um corpo perfeito em todas as suas funções, suas emoções foram desenvolvidas ao máximo, a mente está formada, com uma memória, um raciocínio razoável e também uma bagagem considerável de dados, de informações, de conhecimentos. Em resumo, o atleta existe e tem seus veículos básicos formados.

      Mas, qual seria o objetivo do nosso atleta? Será que apenas o fato de ser um atleta é o suficiente? É evidente que não. Não existe alguém que, sendo realmente um atleta, pense que só isso é tudo o que quer.

      O verdadeiro atleta busca sempre a conquista da Vitória. Não existe objetivo maior que este. Se ele não conquistar uma Vitória sequer, por menor que seja, todo o esforço feito foi totalmente perdido. Ser um atleta apenas não é um objetivo, mas apenas um meio para tornar-se um vencedor, um verdadeiro campeão, nada menos que isso. Portanto, os meios, por melhores que sejam, não são uma finalidade por si mesmos, e tornam-se inúteis se não forem dirigidos para um alvo muito além deles próprios.

      Agora, transportando tudo isso para o nosso assunto: Qual seria o objetivo da Chispa Divina em cada um de nós ao criar e desenvolver os veículos que temos – o físico, as emoções e a mente? Seria isso o único objetivo da Mônada? O de ter bons instrumentos de trabalho para não fazer mais nada? Eu creio que todos nós já sabemos que não é isso, mas sim que existe uma incessante busca de um Alvo muito além dos meios existentes. E como esta conquista está acima dos veículos, e sendo nossa mente concreta (ou inferior) apenas um desses veículos, não é com ela que vamos entender o que está acima. Ela apenas nos indica pelo raciocínio que existe algo acima, a que podemos dar muitos nomes – Libertação, Realização, Deus, Sabedoria e muitos outros – mas para a mente inferior, mente intelectiva, tudo está além dos seus limites, além do seu raio de ação.

Texto de Iran Waldir Kirchner
 Foto ilustrativa 

Nenhum comentário:

Postar um comentário