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A meditação, no sentido
filosófico, é uma prece ou oração melhor elaborada com recursos apropriados.
Assim como ORAR, do ORO = abrir; meditar é achar um meio, uma ligação.
Os recursos apropriados
são para preparar os instrumentos da meditação: os sentidos exteriores físicos
e os interiores, pensamentos, sentimentos e relaxamento. Pensar, sentir, agir,
ver, ouvir, inspirar e expirar deverão seguir um alinhamento cada vez melhor
para somar em resultados concentrados e não diluir.
Um lugar habitual,
recinto reservado e seguro, predispõe à descontração e bem-estar, criando uma
energia ambiente realimentada pelas práticas diárias.
A música suave induz à
concentração e aquieta as emoções. Incensos e perfumes atuam nos elementos dos
ares e harmonizam o ambiente.
Uma leitura inicial
eleva a consciência acima dos assuntos corriqueiros do dia-a-dia, das fixações
e condicionamentos.
Não é recomendável
alimentação antes da meditação e nem vestuário desconfortável. A posição
corporal deve ser descontraída e sem tensões, em cadeiras, poltronas, almofadas
ou tapetes.
A iluminação deve ser
suave, lâmpada, vela ou lamparina, em cores, de preferência amarelas, rosas ou
azuis.
A prática da meditação
individual diária e ocasionalmente em grupos, para compartilhar experiências,
irradia em todos os sentidos, no tempo e nos espaço, um novo estado de ser, de
agir e sentir a vida, sem prejudicar as atividades materiais. O equilíbrio, a
sintonia e o alinhamento entre o mental, o emocional e o físico avançam como um
estado natural, ajudando no conhecimento de si mesmo, dos semelhantes e do
meio.
O círculo vicioso de
conflitos, gerando mais conflitos, é rompido pela meditação, revertendo o
processo com o fluir de energias equilibrantes que abrem mais espaços para
outros valores e talentos, realimentando então um Círculo Virtuoso.
Outro benefício da
meditação é o da centralização de identidade, que antes era muito exterior e
frágil, com base em reflexos e efeitos secundários, ficava a mercê das
circunstâncias. A identidade mais real e com profundidade fica mais ligada a
níveis de consciência mais elevados. Continua convivendo com as circunstâncias,
mas já percebe as causas, as origens delas e tem mais poder e liberdade de
ação. Cria-se assim uma imunidade natural contra as trivialidades externas que
antes invadiam e comandavam a frágil identidade periférica.
continua...
Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto Ilustrativa
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