quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Meditação (Parte III)

Interpretações teológicas


Atributos Divinos

Sabedoria – Amor – Poder

Atributos Humanos

Pensar – Sentir – Agir







Politeísta – multiplicidade de deuses, com características humanas, com disputas e antagonismos entre eles; poucos princípios e unidade. Dualista.

Monoteísta – um só Deus, ainda com tendências humanas, ira, vingança, despotismo, orgulho. Separado e muito distante de sua criação. Patrimônio exclusivo de povos que se julgam escolhidos e que tentam impor-se uns aos outros por todos os meios, gerando conflitos e separações. Ainda dualista.

Monista – sistema não dualista, do grego monos = ÚNICO, integrado Criador-criação. Inerente, essencial a toda criação, mas transcendente a tudo. Creador, Mantenedor e Renovador de todo o Universo, mas não condicionado. Uno em essência, em espírito, mas infinito em obras, onisciente, onipotente e onipresente; expressão máxima de Sabedoria, Amor e Poder. Incriado; princípio, meio e fim. Alfa e ômega. Percebido e sentido, mas indefinido por palavras, figuras ou imaginação. A tudo envolve, do micro ao macro, da ameba ao homo sapiens, dos planetas às galáxias, do conhecido ao não imaginável. Os efeitos relativos e secundários são apenas reflexos da Causa, Absoluta e Primeira.

            Pelo conceito monista, a dualidade Criador e Criação é apenas aparente, pois os sentidos físicos só percebem os efeitos físicos exteriores, não a Causa Essencial. O mental, ainda infantil e primário, fica deslumbrado com reflexos multicores e aliado ao emocional muito forte, grava na memória quadros e situações muito individuais e personalizadas, porém relativas e incompletas. Sem o discernimento da consciência – veículo da Sabedoria Divina – aparecem conflitos e provocam reações múltiplas que encontram resistências tanto internas como externas na tentativa de impor uma relativa realidade pessoal dentro de uma Realidade Absoluta.

            A meditação correta não alimenta ilusões particulares, contrárias a uma Macro-Realidade. Ela procura calibrar os sentidos, filtrar condicionamentos de conflito e elevar a consciência a níveis de sintonia os mais altos possíveis em direção à Macro-Consciência. Assim, poderá dizer, aceitar e se autodeterminar pelo ensinamento que diz: “PAI, FAÇA-SE A VOSSA VONTADE E NÃO A MINHA”. Vontade significa Sabedoria, Onisciência, Idealização, Conscientização, qualidades orientadoras indispensáveis ao discernimento mental, que vai direcionar o emocional (e+moção = movimento, ação) a produzir efeitos físicos internos e externos conscientes e positivos.

            A meditação não é um fim em si mesma, mas um caminho, um meio de evolução. Não se perde a individualidade, mas ganha-se a real identidade de herdeiros legítimos de Valores que sempre estão ao dispor dos que aceitam e procuram. Como disse o mestre: “Pedi e será dado. Batei e a porta se abrirá”. O tesouro sempre está disponível, mas oculto no campo (em nosso ser interior). É preciso voltar-se nesta direção para que os falsos valores sejam percebidos, entendidos e dominados.

continua...

Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto Ilustrativa 




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