A Natureza apresenta fenômenos
cíclicos constantes para a sua preservação e evolução. As estações anuais se
repetem e influenciam a flora e a fauna de todo o planeta. Os dias se sucedem
com fases diurnas e noturnas. O fluxo das marés são bem marcantes e nos obrigam
a adaptarmos a ele as atividades marítimas. As fases da lua constantemente
afetam tanto as plantas como os animais. Nós, seres humanos, envolvidos nos
afazeres rotineiros, ficamos alheios a esses ciclos naturais e pensamos estar
separados dessas influências ou até poder dominá-las.
Grande engano pelo nosso egocentrismo,
pois estamos integrados com essas influências naturais e cíclicas que nos
envolvem. O processo atua não só externamente, mas internamente em nosso
próprio corpo.
Nossa respiração não é linear, mas alternada com a inspiração e
a expiração, portanto, é cíclica. Nosso coração, com sístole e diástole, forma
um ciclo completo que impulsiona o sangue em todo o corpo em sincronia. O sistema
digestivo obedece a fases exatas que formam o ciclo de nossa manutenção
orgânica. Temos períodos alternados de atividade e repouso, vitais para o nosso
equilíbrio. Quer queiramos ou não, estamos envolvidos por ritmos cíclicos da
vida, uns de maior duração, intercalados por outros menores, mas em perfeito
sincronismo, formando uma imensa espiral ascendente rumo à evolução. Desde o
minúsculo átomo até os sistemas solares que formam a nossa galáxia, estão
envolvidos por essa sinfonia rodopiante de ciclos do ritmo criador.
Tem um ditado popular que diz: não
devemos remar contra a maré. E outro: Navegar de vento em popa. Isso demonstra
naturalmente que devemos aproveitar as fases favoráveis de determinado ciclo e
não nos desgastarmos fazendo oposição. Podemos aprender muito com os animais
que instintivamente acompanham os ciclos da natureza.
Pela auto-observação teremos o
autoconhecimento de nossa máquina humana que sempre nos envia os sinais
internos de suas fases cíclicas corporais, emocionais e mentais. Podemos
escolher estarmos em sincronismo com nosso ritmo individual e aproveitarmos o
melhor rendimento ou nos violentarmos tentando impor padrões contrários ao
nosso ciclo vital e sofrermos as reações inevitáveis. “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás
o Universo”, já ensinava a filosofia antiga.
Estamos iniciando um novo ano, ou
seja, um novo ciclo Solar que dura um ano, formado por ciclos menores que são
as quatro estações anuais. Cada estação contém ciclos mensais ou lunares,
aproximadamente. Os meses se compõem de ciclos semanais e esses, de ciclos
diários, que são os giros do Planeta em seu próprio eixo. Tudo no Universo
segue um ritmo de Leis cíclicas, um “Relógio Universal” regula cada movimento,
cada energia, cada mineral, cada vegetal e cada animal.
Seremos nós, seres
humanos, uma exceção a essa Norma Universal? Seremos nós o centro do Universo e
os donos da verdade? A Perfeição cíclica nos envolve e queremos criar um mundo
à parte, alheio à Totalidade Máxima, sem sincronismo e sintonia. Estaremos
conseguindo isso realmente? A resposta está em nós mesmos e em nossa volta.
Temos ouvidos para ouvir, olhos para ver e entendimento para compreender.
Encontre-se e realize-se neste Novo
Ano, em sintonia de pensamentos, sentimentos e atos com o TODO!
Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto ilustrativa