quarta-feira, 30 de julho de 2014

A busca natural do ser humano (A KARMA YOGA- Parte II)



 Vamos imaginar uma criatura que gosta e cultiva sentimentos inferiores de egoísmo, gula, personalismo doentio. O que poderá desenvolver em si mesma além do que já tem? Terá porventura altruísmo, tolerância, fraternidade e bondade com o próximo? Certamente não! Irá, sim, desenvolver sentimentos contrários a todas essas virtudes. 

Portanto, o que praticamos diariamente vai desenvolver em nós sentimentos correspondentes às nossas ações. Isso é matematicamente exato! Se eu exercitar, durante 10 horas por dia, os meus sentimentos personalistas e inferiores e apenas por 1 hora praticar e me dedicar a assuntos elevados, o que terá mais desenvolvimento em mim? Com toda a certeza, a cada dia estarei em piores condições do que antes. Não se deve iludir que apenas uma hora de vigilância ao dia vai compensar o restante do tempo dedicado a emoções e pensamentos e atos contrários.

      Podemos entender a necessidade que tem o Karma Yogue de praticar continuamente o altruísmo e a solidariedade com o próximo. Só dessa maneira, com persistência e vigilância constantes, poderá desenvolver as qualidades superiores que tem em estado latente. O fortalecimento dessas virtudes permite ao praticante conquistar um estado de consciência mais elevado, ter uma melhor visão do caminho que percorre para aproximar-se do Ideal que busca.

      Portanto, quando estudamos os ensinamentos dos Mestres sobre o altruísmo, fraternidade, justiça e bondade com o próximo, é necessária muita atenção, pois essas palavras simples têm um sentido oculto muito profundo. Podemos comparar com os exercícios indispensáveis e necessários para nos fortalecermos internamente e podermos avançar em busca da Perfeição. Essas palavras-chaves, quando praticadas, não fazem vibrar a nossa personalidade física, mas sim atuam sobre o Eu Superior que temos, elas vibram em Harmonia com Ele e ocorre um despertamento. É como se acordássemos de um sonho. 

O nosso Eu Superior é a nossa real individualidade espiritual. Nossa personalidade material é uma espécie de sombra projetada do Eu Superior. Nós nos identificamos como sendo essa imagem da personalidade e, com isso, esquecemos nossa verdadeira identidade e todas as qualidades e virtudes de nosso Eu Superior. Quando os Mestres nos ensinam que devemos praticar essas mesmas virtudes e qualidades é para nos fazer lembrar o que somos e nos fortalecer para acordarmos. Na medida em que formos acordando, ou melhor, na medida em que formos nos identificando com o Eu Superior, iremos dominando mais facilmente a nossa personalidade e ela deixará de ser um obstáculo e se transformará em um veículo muito útil para a Busca de cada um de nós.

O Karma Yogue então, através do trabalho altruísta, fraternal e humanitário, domina a sua personalidade material e a coloca aos serviços do Eu Superior. Dessa maneira, a busca da Perfeição será mais fácil.
O Karma Yogue procura a perfeição pelo trabalho à criatura. Como o Criador é a Perfeição, é então a busca do criador pelo trabalho desapegado às suas criaturas.

Texto de Iran Waldir Kirchner 
Foto Ilustrativa 





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