terça-feira, 25 de agosto de 2015

Consciência - Parte II












A Unidade na Multiplicidade 

Apesar da multiplicidade de planos na manifestação e das variedades mesmo dentro de cada plano, tudo é expressão da Única Consciência Divina.

     O que chamamos véus são aspectos diferentes de manifestação de cada plano. A grande dificuldade no estudo do ocultismo é justamente a tendência da mente em separar os planos e desassociá-los da Consciência Única que atua através deles. Isso é impossível de ser tanto como é impossível dissociarmos as cores da luz branca que produz essas cores e a sustenta. É como tentar separar o arco-íris do sol, que é a sua fonte.

     É de fato um conceito muito difícil para a mente humana, devido justamente aos véus encontrados em cada plano, mas mesmo não entendendo, deve-se considerá-lo como uma preciosa CHAVE para poder-se desvendar plano por plano a mesma Consciência que se manifesta.

     O conceito da Unidade Plena e Absoluta não pode ser abandonado jamais se a criatura quer realmente se situar dentro da manifestação e encontrar a sua natureza Divina. O conceito dualista serviu muito bem quando a humanidade estava ainda na sua adolescência. Hoje nem as crianças aceitam a idéia de um criador distante e indiferente para com suas criaturas. Os ensinamentos sempre existiram através dos grandes mensageiros, mas por motivos os mais variados e, inclusive por interesses pessoais, foram omitidos.

 

A criatura e sua consciência – obstáculos


      Mas, qual seria a posição do ser humano diante desse emaranhado de véus e planos que confundem a mente devido às múltiplas variantes que apresentam? Com um pouco de lógica chega-se a uma dedução: a própria criatura entre todos os seres existentes é o melhor dotado neste planeta, é a melhor obra que podemos perceber, com nossos limitados sentidos. E, se queremos aprender para evoluir, o melhor livro que existe somos nós mesmos. É evidente que todos os recursos, pesquisas e ensinamentos são preciosos, mas só se forem usados como meios para nos aprofundarmos melhor em nós próprios. O corpo de cada um de nós é o melhor laboratório para nosso aprendizado, caso contrário, não estaríamos nele.

     Se um aluno está em determinada classe da escola, é lá que deverá estudar e aprender. Os recursos vêm de fora da sala de aula, livros, quadros, mestres, etc., mas são apenas meios. A finalidade á a aplicação dos conhecimentos nas tarefas da classe.

     Desse modo, cada um de nós está dentro de seu próprio e individual laboratório de trabalho. Nessa oficina estão os recursos para nossa evolução. Precisamos conhecer esses recursos para usá-los adequadamente. Se nada fizermos em nós mesmos e ficarmos apenas preocupados com o lado de fora da sala de aula, com a paisagem, as brincadeiras do recreio, com toda a certeza repetiremos o ano, seremos reprovados e voltaremos como repetentes a ocupara a mesma sala ou o mesmo corpo físico até que mereçamos uma sala mais evoluída com maiores recursos, ou seja, um corpo melhor dotado. Portanto, de pouco valem todos os recursos ou meios que possamos acumular em nossa volta se isso não for usado em nossa oficina interior para um trabalho de transformação evolutiva. 

Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto Ilustrativa


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Consciência - (Parte I)


O que se entende vulgarmente por consciência


      Existem duas linhas de interpretação do que se chama Consciência. Uma é  a científica, que diz que é consciente aquele que está  de posse de suas faculdades mentais e consegue se relacionar com o meio ambiente, e qualquer outro estado fora deste seria o de inconsciência, como o sono, o desmaio, o transe e outros que impeçam qualquer relacionamento com o mundo exterior. Vemos que este é um modo muito limitado para definir consciência sob o ponto de vista filosófico.
      O outro modo é o mais popular e tem um sentido mais espiritual, como por exemplo, quando alguém diz que lhe dói a consciência, ou que deve ouvir a voz da consciência, ser consciencioso, ou que fulano não tem consciência. Esta maneira de ver a Consciência, apesar de ser bem simples, é a que está mais de acordo com a realidade. O outro conceito é puramente material e limitado aos conceitos materiais.

 

O que se deve entender por Consciência


      No ocultismo, não existe uma definição para Consciência. Isso se deve ao fato de que Consciência é uma das três características do Ser Único e Absoluto – SAR – CHIT – ANANDA: Ser – Consciência – Bem-aventurança, ou Felicidade. Portanto, ao se referir à Consciência da criatura humana, está se referindo à própria Divindade existente no ser humano. Mas esta Pura consciência, apesar de ser Real, está como que encoberta, ou melhor, está velada. Isso não quer dizer que esteja completamente anulada pelos véus que a escondem, pois está atuante na criatura apesar dos obstáculos. E a prova disso é que as pessoas comuns, sem qualquer conhecimento oculto, sentem e demonstram essa realidade quando se referem à sua própria consciência. 

Os véus da Consciência 

      (Adi, Anupadaka, Nirvânico, Búdico, Mental, Sub-astral, Físico) 

      Todos os estudantes de ocultismo por certo já ouviram referência sobre os Sete Planos onde se manifesta a Pura Consciência do SER. Cada plano tem o mesmo efeito de um véu ou de um filtro. O sétimo e último véu é o plano Físico, sendo o mais denso de todos e o que mais a encobre. É um estado vibratório da Consciência, dos mais baixos. A ciência prova hoje que matéria é energia concentrada, qualquer material, seja qual for, é energia diferente em diferentes graus de concentração. A bomba atômica é um exemplo disso: é a liberação total da energia contida em certo tipo de matéria física, as usinas nucleares já liberam energia de um modo controlado. E não precisamos ir muito longe para compreender isso. Temos exemplos mais simples no dia-a-dia. Isso é apenas para ilustrar e exemplificar o efeito do plano como um Véu sobre a Consciência. A condição material encobre por sete vezes a Consciência do mesmo modo como o espaço ocupado por uma mesa, sua forma, cor, tamanho, peso, valor, etc., é um véu que encobre a percepção da energia que ela é realmente. Do mesmo modo que a energia é um outro véu sobre outra realidade. 

Texto de Iran Waldir Kirchner
Foto Ilustrativa